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20080704

FORUM-HAKSESUK RESPONDE AO SEMANÁRIO SOL

«As mentiras de Timor, do Caderno Tabu Nº 94, edição 28.06.08, autoria Felícia Cabrita»

Nós os timorenses sempre respeitámos todos os meios de comunicação social portuguesa, assim como nós respeitamos o Povo português.

Todos os meios de comunicação social têm um código que se chama Código Deontológico, e têm princípio básico e fundamental, como agência noticiosa que cumpra os princípios da neutralidade ou imparcial.

Timor-Leste já é um país Soberano e Independente, já deixou de ser o território não autónomo desde 20 de Maio de 2002, já não está sob a jurisdição portuguesa e Portugal já não é potência administrativa de Timor-Leste.

Estamos sensibilizados com todo o apoio incondicional e carinho da imprensa portuguesa durante os tempos difíceis como em Setembro e Outubro negros que o nosso povo enfrentou em 1999. Foi sempre uma honra ter esse apoio e orgulhámos por isso. Mas não queremos ser “divididos” pela autoria de alguma imprensa portuguesa, muito menos pelo jornal tão credível como o Semanário SOL.

O Povo de Timor-Leste e a sociedade timorenses já têm os seus próprios meios de comunicação e informação, embora ainda frágeis e inconsistentes no rigor informativo, mas os tem.

Como tal, nós os timorenses condenamos e estamos contra com indignações o jornal Semanário SOL, pela ingerência nos assuntos com caracteres políticos internos que só cabem aos timorenses a tratarem.

O Semanário SOL infringiu o seu princípio de neutralidade por dedicar, quase jornal inteiro em relatar as informações sobre os acontecimentos em Timor nos últimos dois anos, só e apenas com base nas versões de uma parte, de assuntos internos dos timorenses. As informações divulgadas pelo Semanário SOL, apenas contar os efeitos que até mal contada sobre a crise de 2006, sem referir nenhuma das causas. Além de contar mal os efeitos da crise em termos cronológicos, o SOL relatou de forma tendencial todos os acontecimentos desde a crise de 2006 até aos atentados de 11/02 passado, a favor de um sector político – partidário timorense. Por exemplo, o SOL não referiu o erro crasso que o Mari Alkatiri cometeu como PM em ordenar os militares F-FDTL a intervirem nas manifestações. A decisão em ordenar as F-FDTL feito pelo PM na altura implica dois erros graves : em primeiro lugar, violar claramente a Constituição da República Democrática de Timor-Leste, porque em matéria da segurança cabe as forças da segurança a competência. Em segundo lugar, a actuação das FA F-FDTL em Tasi-tolu numa situação que se encontrava normal, sem qualquer sinais de emergência que precisasse de uma intervenção das FA. Mesmo que a dita situação com carácter urgência, e precisasse de intervenção por parte das FA F-FDTL, cabe ao PR anunciar o estado de sítio, depois de ouvir os Conselheiros de Segurança e da Defesa (CSD), Órgão Consultivo Político do PR. Mas o que aconteceu foi, a margem da lei e da Constituição, que o próprio Mari Alkatiri ter feita a escrita preto no branco desde 2001. Em consequência disso surgiu a personagem central desta reportagem, o Comandante da Polícia Militar (PM), o saudoso Major Alfredo Reinado. Porque Alfredo Reinado? Foi Major Alfredo Reinado quem fez acompanhar o Ministro da Defesa e Chefe de Estado-Maior das FA para encontrar com o PM Mari Alkatiri na sua residência oficial em Farol, de onde o Alfredo Reinado tinha ouvido da boca do Alkatiri «ordem para disparar contra manifestantes». Depois de receber as ordens do PM, o Major Reinado perguntou ao Chefe de Estado-Maior, «onde está o mandato por escrito», a resposta do Comandante foi «já não tem tempo para escrever a carta». Não citou o motivo da alegada discriminação no seio das F-FDTL, consequentes descontentes de 1/3 de elementos dos militares que deu origem aos peticionários, sendo principal causa da crise de 2006. O SOL também não disse nada sobre a incompetência do ministro da FRETILIN que tutela a pasta de defesa, o então Ministro Dr. Roque Rodrigues. Também nenhuma palavra a questionar sobre o porque as decisões unilaterais das chefias militares e aceitação do governo da FRETILIN à expulsão dos militares descontentes com consequências eminentes. Tudo isso, são os sinais da parcialidade da parte SOL e em particular a jornalista Felícia Cabrita autoria da investigação e publicação dos acontecimentos em Timor-Leste depois da Independência.

O pior é que o Semanário SOL não só interferir nos assuntos internos, mas a divulgação de notícias falsas e especulações com base nas versões de pessoas anónimas e pessoas constrangidas pelo partido da oposição ao actual governo.

A saída de Mari Alkatiri do PM não foi por causa da conspiração, como o Semanário SOL escreveu, apontando o actual Primeiro-Ministro Xanana Gusmão como mentor da conspiração que causou o derrube de Mari Alkatiri do cargo como PM de Timor-Leste com consequentes atentados ao Presidente Ramos Horta e PM Xanana Gusmão. Não! O governo da FRETILIN foi censurado pelo povo e o Mari Alkatiri foi CORRIDO do poder pelas populações de dez distritos. Isso é que o Semanário SOL lhe faltou a palavra para contar ao povo português sobre a realidade da causa. O que é que o Semanário SOL sabe sobre a história da Luta do Povo de Timor-Leste ? Quando é que nasceu o Semanário SOL? Será um ano, dois, dez ou vinte e quatro anos, igual ao sofrimento do Povo timorense sob opressão, para saber par e passo da verdadeira história? O que é que o Semanário SOL pode contar sobre a Causa e Efeito da Crise Militar, Política e Social de 2006?

Qual é o objectivo do Semanário SOL em publicar essa informação tendencial e sem fundamento? Estamos cientes de que a Senhora Felícia Cabrita é uma jornalista profissional de carreira, mas será basta para decifrar a verdadeira história de Timor-Leste e dos timorenses ? Talvez seja para outras histórias de outros povos, mas também talvez não a seja sobre Timor.

O Povo de Timor-Leste não precise de ser dividido por jornais estrangeiros, quanto mais por um jornal português tão credível como o Semanário SOL, através da censura para uns e amparar para outros de forma insensata?

Nos tempos difíceis durante a ocupação, por necessidades, nós os timorenses esperávamos com o coração nas mãos, aos jornais e outros meios de comunicação social portuguesa que pudesse dar a voz nos momentos em que não tínhamos a voz, imposta pela situação para nos apoiar. Infelizmente, não foi o caso, e só a partir dos anos 90, concretamente depois do massacre de Santa Cruz de 12 de Novembro de 1991, foi então que a imprensa portuguesa se falou sobre a nossa causa. Hoje, na era da Independência, já não bastava com ausência que teve durante a ocupação, existe jornal que queira intrometer nas questões nacionais do outro país e procurar a desunião dos timorenses.

Pensámos que isso não inspira os leitores portugueses nem a opinião pública portuguesa merece dar em ênfase. Porque sabemos que o Povo português na sua maioria e os quadrantes políticos, intelectuais e académicos sabem perfeitamente a verdadeira história, em particular as causas da crise de 2006, e os portugueses conhecem bem quem é o Xanana Gusmão, o seu passado recente e sabem também o que foi feito o Dr. Mari Alkatiri no estrangeiro enquanto Xanana lutava durante 24 anos da guerra em Timor-Leste contra os ocupantes.

A História contada exuberantemente pelo Semanário SOL sobre Rui Lopes como figura que entretinha tais “conspirações” e “golpes” contra o governo de Mari Alkatiri, e de forma adjectiva domina as colunas de redacção deste jornal é simplesmente subjectiva e falsa. Os timorenses nunca ouviram sequer o nome daquele timorense, nenhuma imprensa nacional local como o diário STL, TP ou Semanário e outros meios se noticiou nem as imprensas internacionais credíveis da região como a ABC da Austrália, Kompas e outros jornais da Indonésia que noticiaram as informações da actualidade e frescas desde 2001 até hoje nunca se referiram o nome do Rui Lopes. Como é que possível a jornalista Felícia Cabrita possa inventar uma história desta, até parecem os cérebros dos timorenses estão anémicas e disfunções intelectos que esqueceram facilmente as suas próprias histórias de vida e dos seus mortos ? Esta história contada pelo SOL é muito tendenciosa e não tem qualquer fundamento, ou seja, a jornalista profissional do SOL se contou uma versão partidária que todos os timorenses conhecem desde que o partido “histórico” FRETILIN tomou o poder desde 2001.

E esta história é completamente falsa, sem qualquer rigor informativo nem fundamento dos factos. Porque o Rui Lopes não era nem é líder das populações dos 10 distritos que invadiram a capital Díli em Maio e Junho de 2006.

A verdadeira história que nós os timorenses sabemos e sentimos nos nossos corpos e almas sobre o porque a rivalidade política entre os líderes destacados como Xanana Gusmão e Mari Alkatiri tornam-se como a inimizade, é esta, a ambição pessoal de poder do Secretário Geral da FRETILIN, a arrogância e prepotência do Mari Alkatiri depois de chegar ao poder como PM ilegalmente em 2001 e a tentativa deste em suprimir as práticas e tradições seculares do povo timorense da religião Católica em Timor-Leste. Estes três factos são os factores determinantes e decisivos que ditaram os seus vocábulos à uma censura do Povo ao I Governo Constitucional liderado pelo Sr. Mari Alkatiri e o derrube deste com efeitos na bipolarização de forças rivais em Timor-Leste, entre Xanana Gusmão apoiado pela esmagadora maioria da população, os quadrantes políticos e académicos e intelectuais por um lado e por outro Mari Alkatiri apoiado pelos militantes e simpatizantes do partido FRETILIN.

A controvérsia de pontos de vista torna-se em antagonismo político, a diferença de ideias fundiu-se em conflito verbal ou física entre os apoiantes dos dois lados, lançaram acusações, intrigas, ameaças e insultos por um lado e por outro banalizam os interesses nacionais por causa da ambição pelo poder. A agonia do Mari Alkatiri tornou-se em fervura depois de este fora derrubado do poder pelas populações dos 10 distritos, perante um Chefe de Estado de mãos atadas e refém do sistema da Nação que a FRETILIN impunha. E as falsas acusações de Mari ao PR Xanana Gusmão na altura não tardaram.

A teoria do Golpe de Estado e de Conspirações não são hoje conhecidas por nós os timorenses. E as teorias ou conceitos das duas terminologias : Golpe de Estado e Conspirações são os conceitos do Sr. Mari Alkatiri e outros dirigentes da FRETILIN, são eles os “progenitores” das teorias. O alvo escolhido pelo ex-PM não foi Xanana como único responsável pela sua demissão do cargo, mas foram tudo e todos até a sua própria sombra desconfiava. Desde logo as acusações foram para os países estrangeiros, a América, a Austrália, aos ex-milícias pró integracionistas, ao Xanana, ao La Sama, a hierarquia Igreja Católica, aos partidos na oposição de então etc. As acusações foram disparadas para todas as direcções mas nenhum alvo foi atingido.

Hoje em pleno de 2008, o Semanário SOL fez a reanimação dos conceitos inúteis nos lixos para reavivar a vergonhosa história inventada por alguém que esteve instável no seu estado de espírito depois de perder o poder?

Para justificar a nossa posição e os nossos argumentos adversos dos resultados de investigação da Jornalista do Semanário SOL, a Senhora Felícia Cabrita, apresentamos as nossas versões, que pretendemos esclarecer aos leitores sobre as verdadeiras histórias da crise de 2006.

Passamos a citar os erros cometidos que constam no relatório da investigação do SOL com as respostas nossas de cada caso, resumidamente como seguintes :
OS ERROS DA JORNALISTA FELíCIA CABRITA
PRIMEIRO ERRO: a visita do José Luís Arnaut no dia 20-05-2002

(…) “20 de Maio de 2002, José Luís Arnaut, Ministro da Presidência do executivo português, então liderado por Durão Barroso, visita oficialmente Timor: Portugal quer marcar presença no primeiro aniversário da independência e estreitar os interesses estratégicos com a antiga colónia. Está reunida com Alkatiri quando o som ensurdecedor invade as ruas de dili (p.44 e 45)”.

RESPOSTA

1. Dia 20 de Maio de 2002, foi dia da restauração da independência de Timor-Leste. É também considerado como um dia histórico porque, em primeiro lugar a história onde Timor-Leste, reconhecido a sua soberania como país independente. Em segundo, considerado um dia histórico porque, a transferência de poder da administração das Nações Unidas (UNTAET) para as autoridades timorenses.

2. Dia 21 de Maio de 2002, um dia depois da restauração da independência, o Presidente da República de Timor-Leste Xanana Gusmão, nomeou o 1º Governo Constitucional e empossou o Mari Alkatiri como PM de Timor-Leste Independente.

3. Estiveram na cerimonia os lideres mundiais, como o Secretario Geral da ONU, Koffi Anan, a Presidente da República Indonésia, Senhora Megawati Soekarno Putri, Presidente da República de Portugal, Dr. Jorge Sampaio, o PM da Austrália, John Howard, PM de Portugal, Dr. Durão Barroso, o Presidente de Moçambique, Joaquim Cissano, entre outros.

4. Significa que, no dia 20 de Maio de 2002, Timor-Leste ainda não tinha o seu próprio governo e Mari Alkatiri nem sequer tomou posse como PM de Timor-Leste.

SEGUNDO ERRO: a FRETILIN e FDTL

(…) “A FRETILIN, que tinha começado a organizar as Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL), obediente as purgas estalinistas, arrasa os opositores. Nas paginas da história fica o lacre de sangue de milhares de timorenses (p.45)”.

RESPOSTA

A sigla FDTL (Força de Defesa de Timor-Leste), foi redigida e constatada na Constituição RDTL no seu artigo 146º (Forças Armadas), “« as Forças Armadas de Timor-Leste, FALINTIL-FDTL,…»”, aprovada e decretada pela Assembleia Constituinte, na sessão plenária de 22 de Março de 2002. Significa que, só a partir desta data que existe a designação FDTL.

A FRETILIN como movimento para a libertação de Timor-Leste, nunca existiu nos seus princípios ou orientações políticas - ideológicas com os objectivos do extermínios e eliminação dos seus adversários políticos. Porém, os actos isolados da FRETILIN durante os primeiros anos da existência, a histórica marcada pela brutalidade contra os membros de partidos rivais, até surgiu a guerra civil entre os timorenses ou guerra contra a ocupação indonésia, timorenses contra timorenses, mas não foram os actos da instituição FALINTIL e suas lideranças, nem sob ordens da liderança de qualquer movimento, são actos isolados e considerados como efeitos colaterais do conflito.

TERCEIRO ERRO: Rui Lopes e Palácio das Cinzas

(…) Rui encabeça a multidão que invade o palácio das cinzas, sede do governo (p.45)”.

RESPOSTA

O Palácio das Cinzas, nunca foi nem é o Palácio do Governo, mas sim o Palácio Presidencial. O Palácio do Governo foi e ainda é, a antiga instalação residencial do Governador de Timor Português, fica próximo do mar, enquanto o Palácio das Cinzas, cuja a sua história é recente e está ligado a ocupação e destruição com as marcas deixadas pela forças da ocupação. O nome em si explica tudo, porque foi erguido nos meios dos escombros e cinzas, os rastos das milícias e forças de ocupação feitos depois da divulgação do resultado de referendo em Setembro de 1999. O antigo Presidente da República, escolheu o espaço e o baptizou com nome «Palácio das Cinzas». O sentido da frase não representa o materialismo estético «edifício físico» mas sim, do ponto de vista valorativa simbólica do trabalho árduo que irão ser encarados pelos timorenses para reconstruir e edificar o novo estado do mundo a partir das cinzas.

QUARTO ERRO: Rui Lopes foi protagonista das manifestações por parte da hierarquia da Igreja Católica

(…) ”Durante 19 dias, uma manifestação dirigida pelo topo do clero provoca distúrbios e faz parar o país (p.46)”.

(idem) ”Assegurei ao João que, se Alkatiri voltasse atrás eu travava a manifestação. Ele prometeu e cumpriu, mostrou ser um homem de palavra. Hoje estou arrependido de ter entrado na revolução que levou à sua demissão”.

RESPOSTA

A história de quem eram os protagonistas, só não os conhece quem não acompanhou as informações ou os estrangeiros. Todos os timorenses, na sua maioria conhecem bem os mentores da manifestação durante os 19 dias. Foram alguns padres timorenses com o apoio das duas dioceses, de Dili e Baucau, anunciava previamente através de uma nota pastoral, distribuídas durante o período de Páscoa, se advertia ao governo do antigo PM Mari Alkatiri, para recuar da sua posição de levar a cabo o «ensino da religião e moral obrigatório à facultativo nas escolas públicas». Assim foi, o governo da FRETILIN imóvel nas suas posições e, em resposta, a hierarquia da Igreja Católica fez a mobilização dos fieis timorenses mais de 90% a religião Católica a reivindicarem os seus direitos, através do exercício dos seus direitos consagrados na Constituição RDTL, o direito de manifestação como outra forma de exprimir as suas opiniões. Seria ridículo o recuo por parte da hierarquia da Igreja ao fim de 19 dias, por intermédio do Rui Lopes. E as questões pairam no ar sem uma palavra de resposta é sobre a autoridade moral e política do Rui Lopes para travar uma manifestação organizada pelas duas Dioceses Dili e Baucau ? Quem era o Rui Lopes naquele período face a situação conturbada e mau relacionamento entre Governo e Igreja?

O fim da manifestação foi alcançado através de «um acordo» assinado por ambas as partes, a sequência lógica desse acordo quer pôr termo a manifestação. Onde o termo do acordo significava um jogo de soma positiva, na qual, as duas partes ganharam porque cederam as suas posições num processo negocial, não e nunca foi por mérito de Rui Lopes.

Os problemas abordados pelo SOL com os resultados do trabalho da jornalista Felícia Cabrita, seguiu apenas as pistas da FRETILIN. Porque é que o SOL não questionou a questão da desobediência do antigo comandante da Policia Nacional (PNTL) Paulo Martins às ordens do ministro da tutela para disparar contra os manifestantes ? E de facto, por bem, a desobediência da chefia policial evitou os piores contornos indesejáveis. Porque é que Mari Alkatiri cancelou a sua visita á indonésia para participar na cimeira dos países membros de Organização de não Alinhados, realizada na cidade de Bandung, Indonésia? Tudo isso, a dita jornalista que investigou e não o abordou na sua reportagem.

QUINTO ERRO: Salsinha e os peticionários

(…) ”Em Abril, Salsinha envia uma petição com as reivindicações daqueles recrutas ao Presidente, supremo comandante das forças armadas. No dia seguinte, centenas de peticionários alinham em parada para Xanana, que promete resolver a questão e os manda regressar ao quartel (p.46)”.

(idem) ”Taur Matan Ruak, comandante do exército e proclama-os desertores”.

RESPOSTA

As cronologias do movimento dos militares denominado peticionários, começaram nos finais de Janeiro e início de Fevereiro de 2006, os peticionários já não eram recrutas, muitos deles eram guerrilheiros da Libertação da Pátria Timor-Leste. Eles não eram nem são os novatos que passaram por fileiras da recruta a prova da lealdade e ser cumpridor das ordens superiores. Eles eram uns dos pilares da resistência e são os orgulhos de Timor-Leste Independente que entregaram os seus corpos e almas para defender o seu Povo e sua Pátria. Os termos recrutas não são próprios para designar os militares peticionários. Eles entregaram as suas reivindicações através de uma petição em nome dos 590 militares, cerca de (1/3 das forças armadas) e entregaram-na ao Presidente da República como comandante supremo das forças armadas. Na sequência da lei e no respeito pela Constituição RDTL, o PR remeteu ao governo para procurar solução através de Ministro da Defesa. Porque, por lei o Presidente não tem poder de decisão, a não ser que, remeter ao executivo para procurar solução do problema. Infelizmente, o Ministro da Defesa Dr. Roque Rodrigues foi incapaz de dar uma saída no exercício das suas competências, este remeteu-se às chefias militares para que o problema dos militares descontentes resolvesse pela hierarquia desse órgão. E foi, a decisão não tardou e o governo incompetente aceitou incondicionalmente para expulsar os peticionários, classificando-os como desertores. O Chefe de Estado-Maior das FA, Brigadeiro Taur Matan Ruak foi ao Parlamento Nacional (PN), para anunciar a expulsão dos 590 soldados, que vigora a partir do dia 01 de Março de 2006, de que os peticionários passaram todos para a vida civil (in STL e Timor Post, 17/03/2006). O PM Mari Alkatiri, mostrou o seu agrado e apoiou a decisão da hierarquia das FA.E anunciou as substituições, que passarão por recrutamento dos novos elementos das FA (in Timor Post, 20/03/2006). Mais uma vez se mostrou claramente falta de respeito ao PR, aproveitava a ausência do PR e Comandante Supremo das FA, em visita a Portugal em tomar as decisões unilaterais.

Mais uma vez, Felícia Cabrita cometeu erro, porque não questionou Mari Alkatiri, o porque apoiar a decisão da Chefias das FA, enquanto como Comandante Supremo das FA, o PR tem palavra para a decisão final, ou no mínimo era consultar o PR antes de tomada de decisão. Parece foi um jogo de «atirar pedra e esconder a mão», talvez a intenção do governo foi nesse sentido, a ausência do PR foi uma boa oportunidade para realizar as decisões difíceis sem obstáculos. Parece nem tinham noção das consequências derivadas a decisão, porque o problema não centra numa análise simplista com base do argumento de Taur Matan Ruak, enquanto o que estava em causa era a estabilidade e segurança nacional, pelo facto de os militares peticionários representam um terço do exército. Foi um grande erro e infantilidade por parte dos detentores do poder de decisão, talvez só em Timor-Leste acontece uma cena em que uma expulsão em massa mais de meio milhar de militares sem justa causa.

Em comunicado a nação sobre a decisão, o PR considerou a opção tomada pelo governo e Comandante Geral da FA Taur Matan Ruak, foi «uma decisão injusta e errada (in Lusa, 23/03/2006 e Timor Post e STL, 24/03/2006).

Do lado dos peticionários, espera que governo resolvesse os seus problemas, se não encontrar a solução, ameaçou com uma grande manifestação a seguir a celebração da Páscoa. A manifestação durante cinco dias (24 a 28 de Abril de 2006), no último dia, governo de Mari Alkatiri, não respondeu as exigências dos manifestantes nem o diálogo pedido pelos peticionários com o governo aconteceu, e causaram a fúria e distúrbios do manifestantes que já não só os peticionários.

A decisão em ordenar as F-FDTL feito pelo PM na altura implica dois erros graves : em primeiro lugar, violou claramente a Constituição da República Democrática de Timor-Leste, porque em matéria de segurança cabe as forças da segurança a competência. Em segundo lugar, a actuação das FA F-FDTL em Tasi-tolu numa situação em que se encontrava normal, sem qualquer sinais de emergência que precisasse de uma intervenção das FA. Mesmo que a dita situação com carácter urgência, e precisasse de intervenção por parte das FA F-FDTL, se a situação justificasse para tal, cabe ao PR anunciar o estado de sítio, depois de ouvir os Conselheiros de Segurança e da Defesa (CSD), Órgão Consultivo Político do PR. Mas o que aconteceu foi, a margem da lei e da Constituição na qual o próprio Mari Alkatiri redigiu, ordenar as F-FDTL para disparar contra os manifestantes.

Em consequência disso surgiu a personagem central desta reportagem, o Comandante da Polícia Militar (PM), o saudoso Major Alfredo Reinado. Porque Alfredo Reinado ? Foi Major Alfredo Reinado quem fez companhia ao Ministro da Defesa e Chefe de Estado-Maior das FA para encontrar com o PM Mari Alkatiri na sua residência oficial em Farol, de onde o Alfredo Reinado tinha ouvido da boca do Mari Alkatiri «ordem para disparar contra os manifestantes». Depois de receber as ordens do PM, o Major Reinado perguntou ao Chefe de Estado-Maior, «onde está o mandato por escrito», a resposta do Comandante foi «já não tem tempo para escrever a carta».


SEXTO ERRO: Alfredo Reinado e a resistência:

(…) “Um dia, a resistência precisa de passar uns documentos para Darwin e é Alfredo Reinado quem, novamente ao comando de um barco, leva a mercadorias (p.46)”.

RESPOSTA

O grupo de Alfredo Reinado, fugiu para Austrália em meados de 1996. Se a Senhora Felícia Cabrita perguntasse os que fugiram com Alfredo para Darwim, talvez cada um contaria a sua versão da história. Mas isso é menos importante. O mais importante é o que está em causa e o motivo que a Felícia descreveu na sua reportagem, qualquer coisa, como «ordem da resistência para transportar os documentos para Darwin». Sabemos no entanto que, o ano de 1996, em que o grupo de refugiados encabeçado por Alfredo Reinado partiram de barco da praia de onde partiram, se não nos enganados na memória, sobre as facilidades de intercâmbio das informações entre a resistência e o mundo exterior, já estava neste século (XX). Porque, de facto, a partir do fins dos anos ´80 e inicio dos anos ´90 (Século XX), os métodos da comunicação como meio da interface já se utilizava meios mais eficazes que podem garantir a segurança, como através de faxmile, ou métodos «hand to hand» já estava em moda através das organizações de jovens estudantis clandestinas, nomeadamente a RENETIL (Resistência Nacional dos Estudantes de Timor-Leste), cujos os seus militantes espalhados por todas as universidades nas cidades da Indonésia, esteve como interlocutor e intermédio entre o mundo exterior e a resistência. Exemplo concreto, foi os métodos utilizados por Xanana Gusmão a partir da prisão em Cipinang, Jacarta-Indonésia, desde a sua detenção, dirigir as três frentes de combate aos ocupantes, que costumamos chamar como Frente Armada, Frente Clandestina e Frente Diplomática. Entre os quais, dirigiu as FA no terreno para pacificar face as acções provocantes pelos inimigos, gerir as ordens e disciplina nas estruturas da resistência, dirigir as instruções ao seu representante pessoal e da resistência o actual PR Ramos Horta no exterior, coordenar, dirigir e organizar a operação «trepe», com a RENETIL como a testa da operação triunfante que estragou a festa dos países economicamente potenciais, onde a capital Jacarta como anfitriã da cimeira APEC, em Novembro de 1994. Como não seria uma loucura, a resistência mandar os documentos secretos da luta para o exterior através dos refugiados embarcados num barco de pesca tradicional ?


SÉTIMO ERRO: Railos e milicias pro-fretilin

(…) ”no dia seguinte à operação de Reinado, a que mais baixas faz no exército timorense, entra em acção Railos. Esse, com um grupo da policia nacional-comandado por Paulo Martins, velho amigo de Xanana - ataca de novo elementos do exércitos (p.47)”.

RESPOSTA

Quem era o Rai-Los? O Rai-Los era um antigo combatente da libertação, um antigo guerrilheiro, um homem mais próximo do antigo Ministro do Interior, Rogério Tiago Lobato, e foi de Rogério que o Rai-Los recebeu as ordens para criar o famoso grupo de milícias da FRETILIN a «EMA - Esquadrão da Morte de Alkatiri (ver FH, Junho, 2006)». De onde vieram as ordens e para que? O grupo civil armado liderado por Rai-Los, recebeu ordens para liquidar os líderes da oposição e os militares desertores. O grupo miliciano foi equipado com os equipamentos da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL). O Mari Alkatiri era cúmplice, segundo depoimento de Rai-Los no tribunal de Dili em que este reconheceu que: ”teve encontro com Mari Alkatiri na sua residência com a presença do antigo Ministro Interior, no dia 8 de Maio de 2006», na qual foi o teor da conversa entre os três «Mari Alkatiri-Railos e Rogério Tiago Lobato» (Lusa, Abril 2007)”.

OITAVO ERRO: Alkatiri Ministro dos Negócios Estrangeiros de TL desde 1975

(…) ”Em 1998, Alkatiri, Ministro dos Negócios estrangeiro no exlio desde 1975, que gere o dossiê do petróleo, receba um telefonema da prisão de ´Salemba (p.48)”.

RESPOSTA

Mari Alkatiri nunca foi como Ministro dos Negócios Estrangeiros desde 1975. Antes da invasão, o CCF (Comité Central da FRETILIN) nomeou uma equipa em serviço da diplomacia no estrangeiro, entre os quais, José Ramos Horta, Mari Alkatiri, Rogério Tiago Lobato, Roque Rodrigues, e José Luís Guterres, entre outros.

NONO ERRO: Mário Carrascalão e UDT

(…) ”Mário Carrascalão, líder da UDT (p.48)”.

RESPOSTA

O Mário Viegas Carrascalão era um dos fundadores da UDT, mas nunca chegou a ser líder no partido UDT. Depois da independência, Mário criou o partido PSD, do qual ele é o presidente.

CRISE MILITAR, POLÍTICA E SOCIAL ENTRE CAUSA E EFEITO

CAUSAS

-Hegemonia da FRETILIN
-Partidarização de Órgãos do Estado
-Política de Perseguição e Marginalização
-Prática KKN (Corrupção, Conluio e Nepotismo)
-Democracia ditada pela Hegemonia
-Constituição e Leis apenas Cortinas

EFEITOS

- Crise militar, política e social
- Esquadrão da morte e milícias
- Aparecimentos dos grupos peticionários
- Populações deslocadas
- Demissão do Mari Alkatiri
- As derrotas eleitorais da FRETILIN
- As mudanças de poder na política nacional
- Caso Major Alfredo Reinado Alves
- Atentado 11 de Fevereiro de 2008

ATENTADO 11 DE FEVEREIRO

A investigação reflecte a uma investigação tendenciosa e parcial, por um lado, defendendo a tese do atentado seguindo à letra da versão do Mari Alkatiri/FRETILIN e por outro lado, a investigação ingeriu nos assuntos internos de Timor-Leste, como o caso das escutas telefónicas e intercepção de mensagens, são assuntos exclusivamente do Ministério Público e cabe apenas a este a sua divulgação. Porque são as competências do MP timorense. O trabalho da jornalista Felícia Cabrita, também justifica uma parte da tese de um observador Norte-americano, A.B.Smith sobre o atentado 11/02. Segundo este especialista americano em sistema de informação, que escreveu um artigo sobre o atentado 11/02, onde o autor tentou estabelecer o jogo de interesses externos no atentado. Passa a citar o seguinte:

“«Quer os Estados Unidos da América ou quer a Austrália, potências com interesses estratégicos no ‘corredor marítimo de Timor’ e na região, não beneficiariam em nada com as mortes de ambos Ramos Horta (RH) e Xanana Gusmão (RH). Os EUA como também a Austrália viram e viriam com bons olhos o RH e XG no poder, do que a FRETILIN ou os irmãos Carrascalão.. Para mesmo observador, o interesse de Portugal e CPLP em Timor-Leste depositar a confiança em dupla Mari Alkatiri/Mário Carrascalão, passa a citação: ”A não ser Portugal, um pequeno País da União Europeia, que tem interesses em Timor-Leste, gosta(ria) de ver um Ramos Horta debilitado e XG ‘out of politics’, o último por estar casado com uma australiana. Porque a Austrália permanece como uma ameaça real aos interesses estratégicos de Portugal em Timor-Leste. Para Portugal, com um Mari e a FRETILIN de regresso ao, ou os Carrascalões no, poder, seria um alivio, pois os portugueses poderiam jogar as cartas por trás destes ‘velhas guardas, (FH, 03/03/2008)»”.

Para Vicente Maubocy, analista político timorense, num artigo publicado no diário «Suara Timor Lorosae (STL), na sua edição (29/02) revelou que, o conhecimento de alguns delegados da CPLP sobre o atentado antes do 11/02, passa a citar: “Alguns delegados da CPLP que se encontravam reunidos em Dili, Timor-Leste, no âmbito da reunião dos ministérios de Tabalho e de Solidariedade Social, tinham conhecimento sobre o atentado no dia 11/02, a revelação veio num artigo da opinião publicada pelo diário «Suara Timor Lorosae (STL)» na sua edição sexta feira (29/02)”.Argumentou ainda Maubocy,” “«a delegação Moçambicana na reunião da CPLP, já tinha conhecimento sobre o que vai suceder na manhã de 11/02, já preparava para regressar na segunda feira (11/02)»”. (idem) referiu ainda, o Vice-Ministro de Angola recebeu um telefonema de um dirigente da FRETILIN para confirmar, se o PM já estava no salão Nobre da Conferência antes das 08:00 (11/02). Acrescentou ainda no artigo, ”próprio um dirigente da FRETILIN cancelou a participação das suas familiares que iriam participar na dança folclórica timorense em recepção aos convidados, porque já souberam antes o que iria acontecer no dia 11/02, justificou o autor”.


CALAR É MELHOR QUE MAL FALAR
A propósito do aparecimento do artigo “as mentiras de Timor” no caderno tabu n.º 94 do Jornal Semanário SOL pág. 44 edição 28 de Junho de 2008, em que, acusou claramente o antigo Presidente da República e Primeiro Ministro do IV Governo Constitucional da República Democrática de Timor Leste Kay Rala Xanana Gusmão como autor principal da crise político militar de 2006 e o atentado falhado que causou ferimentos graves ao Presidente da República e a morte imediata do ex-Major Alfredo Reinado no dia 11 de Fevereiro de 2008. No mesmo artigo enquadrou-se também os conceitos como: crises, golpes, conspiração e inimizades todos em letras gordas.

Tirando estes conceitos aparecem outros elementos “parciais”; testemunhos dos principais intervenientes, registos telefónicos e fotos (algumas médico-legais, analisadas por peritos portugueses) na expressão da Jornalista Felícia Cabrita para blindar a sua versão sobre as crises que Timor vive nos últimos anos ao lado do Marí Alkatiri. Algumas partes anterior à este já foram ventiladas amplamente nos jornais, revistas, televisões e blogs.

Forum haksesuk lamenta o relato da jornalista Féclicia Cabrita em que baseava apenas nos elementos legalmente desconhecidos e o uso indevido da linguagem feróz de alguns dirigentes da Fretilin como golpe de estado, conspiração, assalto ao poder para descrever crises e acusar os outros sem fundamentos que Fórum Haksesuk conssidera tendenciosa, parcial e traduz interferência nos assuntos internos de um país soberano. Como timorenses que somos não deixamos o povo irmão português e os falantes portugueses cair nesta tentativa de mudar a história com teorias de conspiração.

Trata-se de uma interferência porque utilizava nomes anónimos “peritos portugueses” e analistas que nem se quer assinam a sua obra e parecem ter mais acesso às informações da exclusiva competência de Procuradoria Geral da República e outras organizaçôes internacionais que o Estado Timorense convidou para investigar os problemas que alguns pensam antecipar para mudar a opinião pública e em particular enganar o povo português com informações erradas.

Em 2003 foi criada a Comissão Verdade Reconciliação e Amizade (CVRA) para apurar verdades sobre o “Setembro negro´99”; em 2006 foi criada a Comissão Notável para investigar o caso dos peticionários e uma Comissão Internacional Independente (CII) para analisar a crise política e militar de 2006. Actualmente, FBI foi o principal convidado do Estado Timorense para cobrir o atentado contra o Presidente da República e o Primeiro-Ministro de Timor-Leste.

TEORIA DO APANHADO E CONSPIRAÇÃO

A conspiração é o contrário de uma teoria empírica/ciêntífica. A conspiração foi a linguagem políticamente correcta da Fretilin para se desviar das obras feitas antes, durante e depois do reinado de Marí Alkatiri. É preciso inventar uma nova teoria que achamos adequada “Teoria do Apanhado” para explicar as causas de um acontecimento real que os jornalistas demonstram pouco interesse. O ex-ministro interior foi condenado à 7 anos e 6 meses de prisão. Nesta lógica, se a EMA – Esquadrão de Morte de Alkatiri é uma realidade e a distribuição de armas aos civís foi um facto, logo não se deve considerar foi uma conspiração (acto de outro alguém).
O MISTÉRIO DOS REGISTOS TELEFÓNICOS

A Timor Telecom a empresa gestora dos meios de comunicação em Timor Leste negou quando foi questionado sobre as conversas telefónicas, dizendo que não sabia de nada e nunca forneceu dados a ninguém. Logo, aparecem dúvidas sobre o mistério da existência de conversas telefónicas como um elemento principal neste artigo.


GOLPE DE ESTADO OU ASSALTO AO PODER
O principal alvo neste cenário era e ainda é Xanana Gusmão. Um golpe de estado tem a ver com a tomada ilegal de poder; o derrube de um líder de maneira inconstitucional; fazer mudança forçada de liderança para assaltar o poder. Num golpe de estado não existe mobilização de massa. Habitualmente, o povo é apanhado de surpresa e a violência não é um traço essencial de um golpe. Em 2006, estes conceitos tornaram-se moda em Timor Leste mas uma coisa é certa. Xanana Gusmão nunca utilizou manifestação ou violência para assaltar poder a ninguém. Xanana Gusmão foi eleito Presidente da República através de eleições livres e democráticas, em 2002. Devido à invisibilidade da liderança a nível nacional, Xanana Gusmão aceitou mais uma vez o desafio de concorrer às eleições legislativas de 2007 e ficou em 2º lugar e conseguiu formar uma plata-forma pós-eleitoral, uma condição vital que garanta a estabilidade governativa e institucional de acordo com a Constituição da República. Logo, a tese de golpe de estado ou assalto ao poder nunca existiu no percurso político de Xanana Gusmão.
TEORIA DE CAUSA E EFEITO
Em quatro anos, a liderança da Fretilin não reconheceu a frente clandestina, desprezou os ex - combatentes das FALINTIL (efeito directo) provocou o descontentamento generalizado junto da população. Fretilin dividida em facções e a perda da maioria absoluta nas duas eleições em 2007. A autorização para a entrada das F-FDTL na cidade sem conhecimento do Comandante supremo, neste caso o Presidente da República Kay Rala Xanana Gusmão. (efeito directo) provocou morte de cinco civís desarmado em taci-tolu no dia 28 de Abril. Outro efeito directo foi a saída do Major Alfredo Reinado para questionar a constitucionalidade da presença militar na cidade. Outro efeito directo oito polícias mortos pelas F-FDTL no dia 24 de Maio de 2006. Outro efeito directo o aparecimento do MUNJ – Movimento de Unidade Nacional para a Justiça que mais tarde promoveu manifestações de escala nacional pedindo a demissão do Primeiro -Ministro por ter demonstrado a incapacidade no controlo da situação.

A RELIGIÃO E O ESTADO LAICO

Em 2005, Igreja promoveu uma manifestação de 19 dias na capital para pedir uma clarificação da lei que regula a não obrigatoriedade do ensino de religião nas escolas públicas. A Igreja desconfiava que na maioria dos casos houve uma tentativa de proibição total da religião. Este facto é uma ameaça para a teoria da conspiração de Mari Alkatiri com o apoio da jornalista senhora Felícia Cabrita.


AS MISSIVAS DE XANANA GUSMÃO
Depois da exoneração de dois ministros do Interior Rogério Lobato e da Defesa Roque Rodrigues por terem sido suspeitos de distribuição de armas a civis e a incapacidade da gestão dos problemas internos das F-FDTL, o Presidente da República Kay Rala Xanana Gusmão chamou a si as responsabilidades de defesa e segurança no país (cit in público, 30/05/2006). Pela primeira vez Xanana fez tudo por escrito que o governo de Alkatiri optou não fazer por falta de tempo como se costuma dizer. Xanana utilizou a media local para expressar o seu pensamento sobre as coisas, inclusive escrever cartas e assinado por Ele e o comandante da polícia como forma de atrair os grupos armados Rai-los em Liquiça e Lima-Lima em Ermera para entregarem as suas armas (claro que nunca o fez lava as mãos e passa do conspirador ao conspirado). Um facto destacado com muito interesse nesta reportagem. Os perigos foram instaladas e Xanana como chefe de estado que era não deve deitar lenha na fogueira, mas sim, água na fervura. A carta era meio um diálogo. Era uma forma de convencer as milícias para deporem as armas. O engraçado é que o governo não recorreu à estes meios, sabendo que na ausência dos factos possa validar a teoria da conspiração. Assim, Xanana que está habituado a escrever passa a ser o principal autor da crise porque têm provas mesmo que ele tentou resolver os problemas, falou com os peticionários, Major Alfredo Reinado que deixou o comando da Policia Militar para questionar a legalidade da entrada das F-FDTL na cidade sem ordem escrita e nem se quer o Presidente da República teve conhecimento disso. Mari Alkatiri respondeu à esta acusação que tentou ligar ao Presidente mas a Timor Telecom não estava em serviço. Antes não tinha tempo para escrever cartas, agora o Timor Telecom é o principal culpado da (des)comunicação entre governo e a presidência da República. Não há desculpas para estas coisas porque a distância entre o Palácio do Governo e o Palácio das Cinzas não leva 24h de viagem como de Lospalos à Kupang.

ARTES MARCIAIS E O PARTIDO DEMOCRÁTICO (PD)
Esta parte também constitui elemento novo nesta reportagem.

Numa entrevista ao Publico (31.05.05) Mari Alkatiri discordou de Xanana Gusmão, de que, com a afiliação de artes marciais KORKA ao partido no poder torna-se mau precedente para o país como pode ver nesta citação: pergunta do Adelino Gomes – “Xanana Gusmão considerou esta adesão "um mau precedente", pois "pode conduzir à criação de milícias partidárias"

Respondeu Marí Alkatiri -
Já disse ao Presidente e posso dizê-lo agora publicamente; discordo dessa opinião. Costumo concordar com muitas opiniões dele, mas desta discordo. Ele próprio está preocupado em enquadrar esses grupos, para os tirar da violência. A Fretilin o que está a fazer é precisamente isso.
Nas eleições de 2007, o ministro de trabalho e solidariedade social Arsénio Paixão Bano foi acusado pelo Primeiro Ministro do II Governo Constitucional Ramos Horta de que terá deixado sacos de arroz na casa do NUNO KORKA em Balibo (cit in STL, 30.04.07). Nesta lógica, Mari Alkatiri que defendeu a filiação dos artes marciais e o Arsénio Paixão Bano que chegou a a casa do lider das artes marciais Nuno KORKA cujo motivo distribuir arroz nunca foram militantes do Partido Democrático (PD). Como é que possivel a Felicia Cabrita afirmou sem hesitação que as artes maciais estavam ligadas ao PD?

Para continuar abordar esta parte aconselhamos a senhora jornalista Felicia Cabrita para absorver também os factos analisados por outro lado através dos artigos:
a convergência dos objectivos entre Mari Alkatiri e Alfredo Reinado; Os biombos e o democratismo descolorido.

Para que a informaão passada seja fiável, é preciso ter uma mente muito retorcida para pensar sobre os quês e porquês das sucessivas crises e atentado que Timor Leste vive nos últimos anos. O SOL quando nasce (não) é para todos. O Semanarío SOL é para dividir Timor Lorosae (Timor Sol nascente). Então para não contrariar a natureza das coisas, mais vale calar que mal falar.

Para que a informaão passada seja fiável, é preciso ter uma mente muito retorcida para pensar sobre os quês e porquês das sucessivas crises e atentado que Timor Leste vive nos últimos anos. O SOL quando nasce (não) é para todos. O Semanarío SOL nasce para dividir Timor Lorosae (Terra do SOL Nascente). Então para não contrariar a natureza das coisas, mais vale calar que mal falar.

Lisboa, 05 de Julho de 2008
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Os editores:
António Ramos Naikoli (Lisboa)
Arlindo FA Fernandes (Coimbra)
Félix de Jesus (Coimbra)
Victor Tavares (Porto)

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