por Dalia Agostinho
"A nossa realidade mudou, o que era tido como verdade ontem, hoje é questionado, amanhã será superado."
Estamos num tempo em que a evolução da mente numa sociedade tem um papel significante na nossa cultura. Junto de discursos, que tentam decifrar o enigma da mentalidade humana, estão as narrativas normatizadoras que se posicionam para o acompanhamento da evolução da sociedade.
A mídia neste caso, tem um papel fundamental, pois atraves dos mídia a informação sobre a actualidade e realidade na sociedade em que vivemos é contribuidora e influencia de uma forma ou de outra a capacidade de raciocinio de cada individuo.
Ao nascer, mergulhamos numa sociedade com valores e ideais que não podem ser modificados com facilidade, pois são vividos coletivamente. "David Émile Durkheim" (sociologista Frances) diz que não existe uma forma de nascer fora da sociedade. Com isso, se nascemos em família e sob todos os valores que a compõe, temos um único caminho que é o de viver conforme os valores partilhados por ela em sociedade, sendo que a família é a instituição representante dos valores morais dessa coletividade. Mas, ao mesmo tempo, "Durkheim" entende que "por mais que o indivíduo nasca no ambiente recheado de factos sociais, isso não quer dizer que este se mantenha sempre preso a tais regras e que não as possa modificar", ou seja, os factos sociais, a coagem dos indivíduos a adopção de determinados tipos de condutas, seja na maneira de ser, com imposição de dogmas e regras morais, seja na maneira de actuar no mundo com opiniões baseadas na experiência do senso comum podem ser adaptadas a medida em que o tempo avança.
Um dos grandes desafios dos nossos actuais líderes, os “pais” determinantes desta nova geração é a refundamentação da mente conforme a realidade do País. Além da visão crença, ou o conhecimento do seu dominio governamental, a nova geração precisa de uma mentalidade verdadeiramente transformada e enraizada.
O tempo avança, e em ritmo acelerado , as transformações vão ocorrendo a todo instante e as informações sendo actualizadas a cada minuto. A cada dia que passa a mentalidade da sociedade enfrenta um grande desafio, o desafio em adaptar-se a uma realidade actual que é completamente diferente do passado e esta nem sempre é recebida da melhor forma, mas é totalmente compreensivel uma vez que vivemos numa sociedade que de base ja tem fundamentalizada os seus valores ideais tradicionais, culturais e sociais, pelo que existe a necessidade de dar tempo ao tempo.
- A nossa realidade mudou, o que era tido como verdade ontem, hoje é questionado, amanhã será superado.
Um exemplo de referencia notou-se aquando da implementação da Política de Língua Materna baseada nos relatórios do Governo de Timor-Leste e de outros países, acerca dos benefícios de utilização das línguas maternas nas escolas, em que esta implementação não foi bem aceite por parte da sociedade por varios motivos das quais considero que o principal seja "O medo da Mudança" uma vez que estamos perante uma sociedade que ja tem enraizada os seus valores e as suas ideias.
De acordo com a Constituição de Timor-Leste, o tétum é a "língua nacional" , com a qual partilha o estatuto de "língua oficial" juntamente com o Portugues. Existem ainda "línguas maternas" em Timor-Leste, como por exemplo: ataurense, baiqueno, becais, búnaque, cauaimina, fataluco, galóli, habo, idalaca, lovaia, macalero, macassai, mambai, quémaque e tocodede. Perante esta realidade existiu a necessidade de implementar o programa (EMBLI) “Edukasaun Multilinge Bazeia ba Lian-Inan” em Portugues "Educação Multilingue Baseada na Lingua Materna" com vista a melhorar e ajudar a criança na primeira fase em que entra no ensino primario, tendo conhecimento que a taxa de aprendizagem e conforme estatisticas comprovadas, as crianças adaptam-se mais facilmente e aprendem melhor na sua lingua materna a lingua que falam em casa, com os pais, com a familia e amigos, sendo que em Timor existe mais do que uma.
Em pesquisa dentro do âmbito em si, a exposição a um segundo idioma na primeira infância traz vantagens cognitivas que beneficiam de forma significativa atraves da inclusão da própria língua materna. Ainda que a criança pequena não entenda as letras das músicas e o significado das palavras, a mera audição desenvolverá em diversas regiões do cérebro os canais neuronais apropriados à aquisição posterior da língua.
A proposta da lingua materna estimula o desenvolvimento da competência linguística da criança desde a Educação Infantil, não apenas através da fala, da leitura, da escrita e da compreensão, mas também do domínio da terminologia intelectual escolar peculiar às disciplinas do currículo escolar. Um diferencial que forma alunos competentes desenvolvidos e melhor preparados para o futuro académico.
Devemos despertar em cada um o espírito pesquisador aventureiro e inovador, que para que ele mesmo seja o constructor de nosso proprio conhecimento. Só assim as mudanças podem ocorrer para não ficarmos perdidos no tempo, pois teremos condições de reflectir e procurar novas informações para acompanhar os acontecimentos da época.
por Dalia Agostinho
Terça-Feira 14 de Agosto de 2012
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