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20110504

A Virgem Santíssima, Mãe da Igreja

Antes de expirar, Jesus moribundo dirige-se ao discípulo amado João, dizendo: “Eis a tua mãe” (Jo 19, 26-27)… Desde os mais antigos tempo, a Santíssima Virgem é venerada com o título de Mãe de Deus, recorrendo os fiéis com súplicas à sua protecção em todos os perigos e necessidades” (cf. LG 66, cf. a Oração de São Bernardo: “Lembrai-vos, o piíssima Virgem Maria que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, e implorado a vossa assistência e reclamado o vosso socorro, fosse por vós desemparado…”

Foi Papa de feliz memória, Paulo VI que proclamou no fim do Concílio Vaticano II, a Virgem Maria como Mãe da Igreja. De facto, a 21 de Novembro de 1964, Paulo VI proclamou oficialmente o título mariano de “Mãe da Igreja”. Estava-se nessa altura na conclusão da 3ª sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II, no qual promulgou a Constituição Dogmática Lúmen Gentium, que traçava a doutrina conciliar sobre a Igreja e de Maria. No seu histórico discurso, dizia o Papa:

“A reflexão sobre estas estreitas relações de Maria com a Igreja, tão claramente estabelecidas pela actual Constituição conciliar, faz-nos pensar ser este o momento mais solene e mais apropriado para satisfazermos um desejo que, que por Nós acenado no fim da sessão precedente, muitíssimo Padres Conciliares fizeram seu, pedindo instantemente uma declaração explícita, durante este Concílio, da função maternal que a Virgem exerce sobre o povo cristão. Para tal fim, julgamos oportuno consagrar, nesta mesma sessão pública, um título em honra da Virgem, sugerido de várias partes do orbe católico, e a Nós particularmente caro, porque em síntese admirável exprime o lugar privilegiado que este Concílio reconhece à Virgem na santa Igreja. Portanto, para glória da Virgem e para o nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima MÃE DA IGREJA, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores que lhe chama mãe amorosíssima; e queremos que com este título suavíssimo seja a Virgem doravante ainda mais honrado e invocado por todo o povo cristão” (AAS.56, (1964), 1015).

Como sabemos, a virgem Maria tem um único Filho, Jesus Cristo. Mas em Jesus, a maternidade de Maria estende-se a todos os homens. “Obediente ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que coopera com amor de mãe no seu nascimento e na sua formação na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é figura da Igreja e a sua realização mais perfeita” (CIC, nº 1000). “A Virgem Maria é Mãe da igreja na ordem da graça, porque deu à luz Jesus, o Filho de Deus, Cabeça do Corpo que é a Igreja. Jesus ao morrer na cruz, indicou como Mãe ao discípulo com estas palavras. “Eis a tua mãe”. Desde sempre a Igreja acreditou na função maternal de Maria. Na visitação à Isabel, mãe de João baptista, esta exclamara. “E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?” (Lc 1, 43). O Concílio de Éfeso proclamou-se a Maternidade de Maria. O Papa Pio XI, para comemorara O XI centenário desse concílio, instituiu a festa universal da maternidade da Virgem Maria. “E de facto, se o Filho da Bem-aventurada Virgem Maria é Deus, com certeza que Aquele que O gerou se deve chamar com toda a justiça Mãe de Deus; se uma só é a Pessoa de Jesus Cristo, e essa mesma divina, sem dúvida que todos A devem chamar não só Mãe de Cristo, senão ainda Mãe de Deus”.

Diante desta da dignidade da Mãe de Deus, São Bernardo exclama. “ Com toda a razão, pois, com toda a razão, ó Virgem Maria, vos representam vestida de sol, Vós que penetrastes nas altíssimas profundezas da divina Sabedoria, mais do que é possível imaginar, a ponto de ficardes imersa naquela luz inacessível, quanto podia uma criatura que não fosse Deus! Como Vos tornastes familiar, ó Senhora, como ficastes próxima, melhor direi como ficastes íntima com a Divindade! Quanta graça encontrastes junto de Deus! Ele fica convosco e vós com Ele; vós O vestis, e Dele sois vestida. Vós o vestis com a substância da carne, Ele vos veste com a gloriada sua majestade. Vestis de nuvens o Sol, e o Sol Vos veste de Luz (Sermão 12).

Neste mês de Maio, entreguemos nas suas mãos toda a nossa vida. Os nossos problemas, sofrimentos, doenças, preocupações! Entreguemos também a nossa vida espiritual! Os nossos desânimos, as nossas quedas e fragilidades, a nossa falta de fé, a falta de coragem em vivermos como verdadeiros cristãos. Que a virgem Mãe nos ampare, proteja, auxilie, socorra.

Nossa Senhora não abandona nunca aqueles que piedosamente lhe suplica para conservarem a fé, para deixarem a vida pecaminosa, e para singrarem na vida da santidade.

Permiti-me que vos conte o que aconteceu na ilha indonésia chamada Flores e que foi possessão de Portugal de 1560 ate 1859.

Em 1562, estabeleceu naquelas ilhas uma comunidade de missionários dominicanos portugueses. Em 1640, com a queda de Malaca, os missionários, aí estabelecidos mudaram-se para Makassar (Celebes) e Larantuca (Flores, Indonésia). Nesta última localidade, um frade dominicano, fundou em 1642, uma Confraria, a de Nossa Senhora do Rosário. Com a tomada de Malaca (1641) pelos holandeses e, de Makassar (Celebes, Indonésia) pelos muçulmanos, os luteranos expulsaram missionários e cristãos. Muitos deles foram para Larantuca (Flores, Indonésia). Mais tarde, os holandeses tornaram a expulsar os missionários da ilha de Flores. Ficaram os cristãos, mas eles mantiveram viva a fé católica. As senhoras e os homens, membros da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, rezavam o terço, visitavam os cristãos nos locais isolados, confortando-os na fé e na fidelidade à religião católica. Quando em 1882, um padre jesuíta, ido de Jakarta, para visitar os núcleos de cristãos, espalhados e perdidos naquelas ilhas, encontrou para surpresa sua, a Confraria de Nossa Senhora do Rosário em plena vitalidade. Os membros rezavam orações em português!

Porto, 05 de Maio de 2011

D. Carlos Ximenes Belo

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