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20081011

Fretilin e a acção a luz da Análise SWOT*

Editores Forum-Haksesuk
Coimbra, 27 de Setembro de 2008

A análise SWOT consiste num exercício de disposição por quadrante das debilidades, das ameaças (factores negativos), das forças e das oportunidades (factores positivos). Tal, é percebido com base numa determinada circunstância e por parte de um grupo concreto. Esta prática também pode ser definida como uma técnica analítica, ou seja, espécie de check-list. O termo consiste na análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças) e análise do ambiente interno (forças e debilidades) de uma organização ou sistema complexo (H. Weihrich, 1982).

Nesta perspectiva o FH-Fórum-Haksesuk procura relacionar esta estratégia com os sentidos (positivos e negativos) e as proveniências (internos e externos) para ilustrar o desempenho público do IV Governo Constitucional formado por quatro partidos políticos na plataforma AMP e avalia igualmente os pontos fortes e fracos dos partidos da oposição, nomeadamente a Fretilin como maior partido da oposição relacionados com as questões de interesse nacional: A boa Governação, a transparência, boas práticas no combate a KKN e a defesa do desígnio nacional.

Estratégia e Plano de Acção da FRETILIN

Pontos Fortes da Fretilin

A Fretilin tem uma estrutura base sólida; tem a máquina de propaganda eficaz, eficiente e abrangente; tem poder económico para suportar as propagandas que assente no populismo e na demagogia através de jornais, tv, rádio e blogs internos e externos.

Pontos Fracos da Fretilin
Atacar constantemente os pontos fortes do Governo AMP – Aliança para a Maioria Parlamentar; tem faltado o sentido de estado quando se fala do FEE- Fundo de Estabilização Económica. Para a Fretilin o FEE é um problema. Não é uma solução eficaz no ponto de vista económico; as vezes, questiona propositadamente a constitucionalidade do IV Governo Constitucional da RDTL inclusive ataques pessoais; tem acesso fácil ao trabalho do Ministério Público, nomeadamente na matéria de escuta telefónica e intercepção de vozes e mensagens particulares de políticos e oficiais da justiça (privilegio criminal).

Ameaças

O regresso da campanha de divisionismo entre Lorosae vs Loromonu; e o discurso assumido ou seja, o detesto da Fretilin sobre a inclusão de autonomistas, traidores, colaboradores de bapaks ou indonésios no Governo da AMP. Dá continuidade ao que fizeram em 2006. A campanha de “door to door” anti - Xanana Gusmão e o seu governo utilizando os meios acima referidos. A tentativa de ignorar por completo a resolução dos problemas imediatos – peticionários, IDP´s, o reconhecimento dos Combatentes da Libertação Nacional, o subsídio atribuído aos idosos/inválidos e outros trabalhos feitos por este governo. As políticas sociais do governo demonstram que o “Estado é Solução”. Para a Fretilin e Marí Alkatiri «O Estado não é solução, é o problema». Afinal das contas, há contradições entre o discurso, o vazio teórico e a ideologia adoptada. Marí Alkatiri torna-se um mero adepto do modelo neoliberal (desacredita o próprio estado).

Oportunidade

As eleições antecipadas; a aproximação a Presidente da República; caracteriza o estilo de governação da AMP como má (desgovernação segundo Marí Alkatiri); a ideia de ter faltado rigor no Orçamento de Estado e o uso indevido do FP – Fundo de Petróleo são uma oportunidade criada pela oposição para reconquistar o poder legalmente cedido a AMP. A Marcha da Paz é apenas uma capa para desvendar o verdadeiro objectivo político – regresso ao poder.

Plano de Acção

Fretilin e Marí Alkatiri estão contra todos os pontos fortes do IV Governo Constitucional. Transformam as boas práticas do governo no objecto de críticas; utiliza o tender ou concurso “Single Source”; Registo de chamadas telefónicas; o resultado imparcial da autópsia do Major Alfredo Reinado; Marcha pela Paz/Marcha pela Violência; manipulação dos jovens/estudantes para promover acções de ruas e divulgar petições contra a politica de compra de carros luxos para 65 deputados; arranjar formas para tapar os buracos cavados pelo governo de Mari Alkatiri em matéria de aquisição de armamentos, criação das milícias secretas e a compra de carros sem passar por um concurso público. O Presidente da Fretilin Francisco Guterres Lu´olo, numa declaração recente a imprensa local (Timor Post, 10.10.08) mostrou-se como se fosse um amante da PAZ, JUSTIÇA ou salvador do povo quando criticou as declarações do PM Xanana Gusmão numa semana antes em Distrito Ainaro, mas não tinha nada a dizer sobre a crise de 2006 e as suas consequências.

Como contrariar a estratégia e plano da acção da Fretilin?

Respostas pontuais


Levantar ou solicitar esclarecimento público sobre os problemas relacionados com a acção do I Governo Constitucional: Hili ida nebe: Fahe Foz ka fahe kilat (FH, 24/08); Saida maka KKN? (FH, 30/08); debates permanentes para identificar os autores que captaram os registos de chamadas telefónicas e a intercepção de vozes ou mensagens de altas personalidades do estado, dos políticos e do ministério público e da justiça. Solicitar constantemente a explicação da oposição, esclarecimentos sobre a “lei de armas”, utilizando as piores experiências sobre a distribuição de armas aos civis em 2006. “Mais vale discutir uma lei de armas do que utilizar armas indevidamente antes de uma lei ser estabelecida”.

Possíveis respostas do IV Governo Constitucional:

Responder com a postura de “Boa Governação”; avançar com a criação de uma Auditoria Nacional de Anti-Corrupção (ANAC), exige constantemente a responsabilidade e o sentido de estado por parte dos partidos da oposição, principalmente, a Fretilin como maior partido da oposição no sentido de distinguir os interesses partidários dos interesses ditos nacionais; a transparência na Governação, nomeadamente nos actos de concursos públicos; aposta na política de inclusão social através de concessão de Pensões aos Antigos Combatentes da Libertação Nacional (PACLN), Subsídios de Sobrevivência para os Idosos/Inválidos (SSII), o programa de “merenda escolar” (ME) numa lógica de promover “mente sã corpo são” nas geraçôes vindouras; apostar na qualidade dos cidadãos, qualificação dos trabalhadores, através de envio de jovens para fazer cursos profissionais ou trabalhar nos países como Correia do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Malásia, etc. Em curto prazo, esses jovens possam adquirir experiências profissionalizantes (tenaga kerja siap pakai) e se integrarem num ritmo de trabalho mais competitivo quando voltarem para Timor-leste.

Meios de Suporte/apoio ao trabalho do Governo:

É necessário que haja uma equipa de comunicação social profissional, eficaz, eficiente e transparente para divulgar os trabalhos do governo e contrariar as marés, porque os outros meios de comunicação social internacional ou agências internacionais estão bastantes selectivas em termos de divulgação de notícias (o caso semanário SOL, 2008). Estes meios tentaram vender as más notícias para fins de comércio lá fora (mostrar uma imagem negativa de um país). Como tal, não deram nenhuma cobertura genuína sobre as acções do Governo, como por exemplo nos últimos acontecimentos: a cerimónia da entrega das Pensões aos ACLN, SSII, a inauguração do Parque Natural de Nino Konis Santana, em Lospalos, e a assinatura do acordo entre Timor-leste e OIC em Londres nunca foram cobertos com interesse.

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*Esta análise foi resultado da reunião da equipa de Editores do FH – Fórum – Haksesuk realizada no dia 27 de Setembro de 2008 que teve lugar no Parque Verde do Mondego, Coimbra!

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