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20080805

Só a boa vontade da oposição evita corrupção

Coimbra, 6 de Agosto de 2008

Resumo - Num discurso humilde e em jeito de líder Dr. José Luís Guterres falava em Tétum depois em Português numa intervenção de 30 minutos e sublinhou que a nossa filosofia de diálogo e de resolução de conflitos deve ser “Maun Alin, Feton ho Naan”, destacando que o tema é mesmo interessante “Ser Cidadão Sem Exclusão”. Estamos aqui hoje para dialogar, essencialmente, ouvir a vossa opinião. Sabeis que um dos principais direitos é viver em Paz e Estabilidade. Isso também implica responsabilidades e benefícios que devemos todos usufruir. Este Governo quando assumiu o poder quer governar com Paz e Amor (Ukun ho Domin no Dame) e juntos construirmos o futuro (hamutuk harí loron aban). Os nossos velhos nas montanhas enfrentam pobreza extrema. Quem fala e não faz, o povo deu lição com a mudança política. O fundo petrolífero não é para gastar a toa. Investir agora é aproveitar receita da melhor forma e evitar a perda do valor do dinheiro com a subida de preços no mercado mundial nos próximos anos. A boa vontado da oposição ajuda combater a corrupção. Esta é a mensagem dos antigos combatentes da luta pela libertação nacional. Nós nunca brincamos com a nossa vida durante a luta, assim como, agora não iremos nunca brincar com a vida do povo… eis a palavra da S.E. Dr. José Luís Guterres,“LUGU”.

FORUM HAKSESUK – No dia 26 de Julho de 2008 foi recebido em Coimbra uma Comitiva do IV Governo Constitucional da República Democrática de Timor-Leste (RDTL) liderada pelo Vice-Primeiro-Ministro José Luís Guterres (Lugu), também conhecido como líder da Fretilin Mudança.

A comitiva integrava a Ministra de Solidariedade Social (MSS) Dra. Domingas Fernandes Alves (Micató), o Director Nacional da Política Externa Dr. Constâncio Pinto e as respectivas chefes de Gabinete.

Abertura

Na sessão de abertura, Helder Libório Alves, Presidente da Mesa plenária da ATC, convidado da Direcção Geral para presidir à reunião, começou por dar as boas vindas aos governantes e aos conterrâneos vindos de Aveiro, Covilhâ, Lisboa, Porto e arredores de Coimbra. Agradeceu ainda à plateia a sua presença e o encontro decorreu num ambiente quase familiar, entre irmãos, pais e filhos, unidos em torno dum sentimento comum “patriotismo”.

Nota introdutória

Por sua vez, o Presidente da Direcção-Geral da ATC, Félix de Jesus, fez uma curta intervenção sublinhando alguns pontos essenciais, subordinados ao tema: ‘Timor Leste - Ser Cidadão Sem Exclusão’. Começou por dirigir palavras de boas vindas aos governantes e agradeceu o esforço e disponibilidade demonstradas ao deslocarem-se a Coimbra, para um encontro com os estudantes, comunidade e amigos, dado existirem, certamente, outras prioridades na Agenda da comitiva governamental.

Para aquele dirigente associativo, o encontro foi especial uma vez que não é todos os dias que se tem o privilégio de dialogar com governantes do próprio país e de recolher informações sobre a situação político-social que se vive em Timor.

ATC: Visão e Missão

Sobre a ATC, o Presidente da Direcção-Geral limitou-se a descrever que “somos uma associação de estudantes” que, inicialmente, apostou na defesa dos direitos humanos e, mais tarde, na divulgação da cultura timorense. Actualmente, a ATC aposta, essencialmente, no apoio à transição, adaptação e integração dos estudantes timorenses no Ensino Superior, nomeadamente na Universidade de Coimbra.

Para além disso, na ATC pratica-se desporto sob o lema Men sana in corpore sano, divulga-se a cultura timorense e realizam-se ainda encontros, reflexões e debates académicos, de entre os quais destacamos o mais recente: “Timor-Leste visto por dentro e por fora” com o Deputado Manuel Tilman, Presidente da Comissão de Assuntos Económicos e Anti-Corrupção do Parlamento Nacional de Timor-Leste. No decorrer do encontro com o VPM José Luís Guterres e sua comitiva, foi desenvolvido o tema: “Timor Leste – Ser Cidadão Sem Exclusão” cuja discussão achámos relevante, à luz do panorama político-social vigente em Timor-Leste.

Se há pessoas que se sentem incluídas no projecto de Construção do Estado Timorense, outras há que se sentem excluídas. Assim, para além de nos preocuparmos com o progresso dos estudos, estamos também atentos à realidade actual da Nação, porque o nosso objectivo é promover a cidadania activa e a cultura da escrita analítica, conforme é descrito no nosso website “atc oline”. Concluiu dizendo que ATC pró e crítico dos Orgãos da Soberania.
Questões pendentes
Temos algumas preocupações em relação ao investimento na educação. Na prática, estamos atrás dos PALOP´s já que, se em 2001 vieram de Timor para Portugal mais de trezentos bolseiros, neste momento este assunto deixou de ser uma preocupação e um tema de discussão, no âmbito da cooperação entre Portugal e Timor.

Outra preocupação tem a ver com a questão de ser cidadão timorense, não apenas pela natureza, mas também em termos legais (passaportes para os estudantes em regime de asilo político, filhos dos imigrantes e outros).

Sem isto, todos ficam excluídos! Outra questão ainda é o caso da bolsa de estudo internacional, promovida pelo governo timorense, na qual um dos critérios de acesso é ter o passaporte timorense, bem como uma média de 14 valores (índice cumulativo), o que nem sequer reflecte a realidade ou reuniu sequer consenso aqui em Portugal.

Como cidadãos timorenses que somos, achamos que temos uma palavra a dizer quando os nossos direitos são postos em causa.

Algumas Propostas

Temos, ou iremos ter, duas embaixadas em Lisboa (uma acreditada perante o governo português e outra ao nível da CPLP). Esta circunstância poderia ser uma boa oportunidade para resolver as questões pendentes, já anteriormente citadas, e para desenvolver um trabalho conjunto, em termos de divulgação da cultura timorense.

Achamos, ainda, que seria importante obter uma ‘mala diplomática’ através da qual os estudantes e a comunidade timorense pudessem enviar os seus pertences pessoais, essencialmente livros, quanto terminam os seus cursos.

Hoje, estamos junto dos nossos professores, mas o nosso futuro professor serão os livros!

Sugerimos também que o Governo crie um Fundo de Risco para estudantes que necessitem de apoio neste sentido, para estudantes carenciados em termos financeiros, e para a divulgação da cultura timorense.

Reforçar a cooperação e encontrar mecanimos para enviar novos estudantes para a Universdiddae de Coimbra, não só para cumprir a filosofia de investir na formação de novos Quadros mas, em simultâneo, “produzir” novos falantes da língua portuguesa, foi outra das nossas propostas.

Sugerimos que o Governo reveja a sua política de atribuição de bolsas de estudo aos estudantes na diáspora. Concordamos que é fundamental investir na qualidade, mas lamentamos que a imposição de determinados critérios venha a excluir muitos candidatos. Sobretudo, porque a média é alta e os critérios não são muito flexiveis. Gostaríamos, pois, de saber como foram definidos esses critérios e qual a sua fundamentação.

VPM – Dr. Jose Luis Guterres

Na sua intervenção de 30 minutos em Tétum, e depois em Português, Dr. José Luís Guterres sublinhou as questões fundamentais da governação, consideradas urgentes, como a educação, saúde, agricultura e, fundamentalmente, os problemas dos peticionários, IDP´s e a reforma da adminsitração pública, das forças de segurança (PNTL) e de defesa (F-FDTL).

O objectivo da visita a Coimbra foi o de dialogar e ouvir opiniões dos estudantes timorenses, relativamente ao que se deve fazer e pode melhorar a nível do governo, sobretudo abordando a questão do anúncio feito sobre a ‘bolsa de estudo internacional’.

ATC e Universidade de Coimbra

O Vice-Primeiro-Ministro aproveitou a ocasião para agradecer à Universidade de Coimbra, docentes, alunos e à comunidade académica, todo o trabalho realizado na viabilização do processo de luta pela libertação de Timor Leste.

Dirigindo-se ao presidente da Direcção e aos estudantes, o VPM afirmou que “é com muita alegria que venho a Coimbra. Esta é uma grande Universidade. Em 1975, eu ainda era estudante em Lisboa, passei por aqui com os meus colegas para participar numas sessôes culturais, porque naquela altura era um dos objectivos mostrar que Timor existia e que o povo timorense queria a sua independência.” De maneira que Coimbra era uma cidade memorável e iniciativas destas deviam ser renovadas agora com outro olhar -“ajudar timor” no período pós-independência. Alguns de vocês ainda são estudantes, outros já acabaram, enfim, somos todos sujeitos a ser estudantes ao longo da vida”, desabafou.

A Política do Governo AMP

Em relação à questão de governação, o VPM referiu que “nós, AMP queremos governar com PAZ e AMOR. O compromisso que temos com o povo é o de garantir a segurança e a estabilidade. Os problemas aqui levantados de certeza que os irei discutir com os meus colegas do governo, para ver em que medida os podemos resolver e de que forma devemos melhorar as nossas acções.”

Relativamente à bolsa de estudo, o VPM chamou a atenção para o facto de o país ter poucos recursos. “Como tal, devemos fazer uma selecção rigorosa para que aqueles que conseguem e vão para a frente. Aqueles que ficam pelo caminho, que arranjem outras soluções, mas sempre com a mesma convicção de contribuir para o desenvolvimento do país. Cada indivíduo tem o direito de opção e o governo tem obrigação de facilitar as coisas, como emana da Constituição da República”, disse ainda.

Segundo o VPM, o tema escolhido para o debate, “Ser Cidadão Sem Exclusão”, é muito interessante. “Vocês devem saber que isso implica também responsabilidades e beneficios que podemos usufruir, dentro das possibilidades do Governo. Para que os cidadãos tenham esses benefícios, um dos principais direitos é viver em Paz e Estabilidade.”

“Este Governo, quando assumiu o poder, há menos de um ano, herdou uma situação de instabilidade política. A unidade nacional que nós conseguimos durante o processo da libertação estava ameaçada. Herdámos o problema dos IDPs (deslocados internos) - cerca de 100 mil pessoas, alguns a viverem em tendas em Dili e nos outros pontos do território, e herdou também o problema que vocês conhecem, o problema dos Peticionários.”

“O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão foi defender o programa do IV Governo Constitucional no Parlamento Nacional (PN), o qual foi aprovado por maioria absoluta. Tivemos, na altura, uma moção de censura por parte do partido da oposição. Se essa moção tivesse passado, o governo cairia. Mas, o sólido apoio que esse Governo tem no PN, permitiu que esse Programa fosse aprovado. E, nesse programa do governo, prometemos ao país e ao povo resolver algumas prioridades. As principais prioridades são resolver o problema dos IDP’s e o problema dos peticionários e criar uma situação de estabilidade social para o povo de Timor-Leste.”

IDP – Peticionários – Estabilidade

“Não tem sido fácil resolver estes problemas porque são questões muito complexas. Os nossos recursos são limitados, temos ainda muito poucos Quadros. Nós fizemos um grande exercício no sentido de priorizar esses assuntos que nós achamos que deviam ser resolvidos em primeira mão, para depois podermos avançar para o processo de desenvolvimento do país.

Com a participação de todos, Igreja, Sociedade Civil e Partidos Políticos, e com o apoio da Comunidade Internacional, foi possível encontramos aquilo a que chamamos o PacoteHAMUTUK HARI FUTURO”. E, conseguimos estabelecer um cumpromisso entre todos, que tem 5 pilares.

Um deles é o HARII UMA - para as pessoas que tiveram as suas casas destruídas, outras que perderam os seus bens. Contudo, a estabilidade e a segurança eram os grandes problemas que estavam interligadas (IDP’s e Peticionários). Mas, felizmente, com o esforço da Sra. Micató, com o seu estilo de governação, que lida directamente com o problema e, ao nível do Governo, criámos um Comité Inter-ministerial ao qual tenho a honra de presidir.

Nos Campos ‘Jardim’, ‘Hospital’, ‘Dom Bosco’, já não há mais tendas e os nossos irmãos, katuas no ferik sira, estão de volta às suas casas, com um ‘pacote’ que o Governo lhes dá. Nos casos em que as suas casas foram completamente destruídas, o Governo financia 4,500 dólares, e os outros, cujas casas não estão totalmente destruidas, o Governo vai facilitar a reintegração dessas pessoas, para que possam reconstruir as suas casas e possam viver em condições decentes.

O problema é que o título de propriedade dessas casas não existia. A maioria delas foi ocupada em 1999. Portanto, o processo de diálogo foi muito importante.

UKUN HO DOMIN NO DAME, representa a nossa maneira de sentir e pensar, como deve ser a política da governação. Felizmente, cerca de 20 mil pessoas já regressaram a suas casas. Gerir a nação, de acordo com a nossa cultura e tradições, também dentro do respeito daquilo que devia ser... é aqui que procuramos fazer a diferença.

Por isso nos regozijamos, enquanto Governo, de termos uma oposição forte. Muitos deles foram meus colegas no anterior governo e isso para mim é muito importante, para o benefício do país. Às vezes é pouco confortável para nós ouvirmos as críticas mas, no meu ponto de vista, isto é fundamental.”

Peticionários e Conflitos Étnicos

“Há outros problemas muito sensíveis, difíceis e complicados, dadas as suas implicações na segurança e estabilidade. Entre eles está o problema dos peticionários, que tem uma conotação de luta entre Lorosae e Loromonu e um problema de discriminação. Mas este problema, digamos assim, já está resolvido. Dentro de dias haverá que anunciar o fim deste problema. Porque, através do diálogo com os representantes dos peticionários, através do diálogo com o Comando das FALINTIL e com o apoio da sociadade civil, foi possível encontrar uma solução para os ‘peticionários’.

A solução passa também por uma compensação monetária. Segundo a informação do Joaquim Fonseca, pessoa que lida com o assunto, não há mais ninguém que queira regressar às forças armadas. Outra solução passa por recrutamentos. Se passassem pelo processo de recrutamento podiam ter as mesmas divisas que tinham antes. Todos aceitaram a proposta do Governo, de reintegração na vida civil. Portanto, esses dois assuntos estão no caminho certo.”

O 11 Fev. 2008 e Operasaun Halibur

“Quando esses problemas estavam quase a chegar ao fim, tivemos o 11 de Fevereiro. Ninguém esperava. Os melhores analistas do mundo, incluindo as próprias pessoas envolvidas, PR, PM, os políticos, nunca imaginaram que isso podia acontecer. Mas aconteceu. Foi um dos momentos mais difíceis da nossa história e do nosso país. Se os atentados tivessem tido sucesso, então sim, Timor seria um estado falhado!

Mesmo sendo esse outro problema, ainda mais difícil, criámos um comando conjunto –‘Operasaun Halibur’, uma solução à qual nem a própria ONU deu o seu apoio. O PM chamou-os dizendo - “não estou a pedir a opinião mas estou a informar-vos que vamos criar um comando conjunto para resolver esse problema dos atentados. Porque este é o nosso país, este é o nosso povo, e a primeira preocupação de defender os timorenses deve ser nossa.

“Esta medida foi extremamente importante para resolver os tais problemas. Uma, a percepção de que havia enorme divisão entre timorenses de parte Leste e Oeste, a percepção de que as forças armadas e as forças policiais não podiam trabalhar juntas, que os comandos, que os timorenses não se podem entender. Mas com a criação do comando conjunto, nós demonstrámos ao mundo - sim senhor, há problemas mas nós, enquanto timorenses, somos capazes de os resolver. E resolvemos sem sequer ter sido necessário disparar uma bala contra alguém.

A Igreja, o Presidente Interino (Fernando Lasama), a Sociedade Civil, as ONG, muitos partidos políticos da oposição, os indivíduos, todos eles conjugaram esforços para que os que participaram neste acto de rebelião, no atentado, se entregassem a justiça.

Devo realçar também o papel e a colaboração dos familiares dos peticionários... fizeram esforços para que Salsinha e os outros se entregassem a justiça. E hoje, todos eles entregaram as armas e estão a aguardar para enfrentarem a justiça.

São estes os maiores problemas que podem criar instabilidade política e tornar Timor Leste num estado falhado.

Felizmente, demonstrámos ao mundo que quem melhor conhece o país e o território somos nós, os timorenses. E, em situações difíceis, os timorenses esquecem as querelas, as divisões, para se unirem e lutarem por um país estável, como ficou demonstrado.

Contudo, sabemos que não é possivel manter esta estabilidade se nós não desenvolvermos esforços para resolver os diversos problemas sociais que ainda temos pela frente.”

Reconhecimento dos Veteranos da Guerra

“Não é possível manter a estabilidade se não atendermos aos problemas dos veteranos da luta pela libertação nacional e, por isso mesmo, este Governo já processou o pagamento aos veteranos da Luta. Este programa vai abranger cerca de 12.750 pessoas. Este programa já se iniciou, não é apenas um discurso político. Sabemos que a maioria dos idosos, inválidos e a população nas zonas rurais, são milhares, estão a viver numa pobreza extrema.

No mês de Agosto já vamos efectuar os pagamentos devidos aos idosos e aos inválidos (ou Pessoas com Necessidades Especiais). Tudo isso, é uma mensagem dirigida às futuras gerações e à geração presente de que, quando o Estado pediu, qualquer que tenha sido o esforço, o cidadão timorense soube responder à altura, e esse mesmo esforço o Estado nunca esquecerá.”

Economia e Fundo Petrolífero

É necessário, e urgente, distribuir os nossos recursos, dinheiro, às pessoas necessitadas, em vez de guardá-los apenas no banco de Nova Iorque. Ajudar as pessoas, para desenvolver a economia rural. Importa dizer que não vamos gastar o dinheiro à toa, mas vai ser, sim, utilizado para ajudar a desenvolver a nossa economia.

A maioria da nossa população vive no interior do país. O que o Governo pretende fazer é facilitar o desenvolvimento da agricultura. Ultimamente, o mundo foi afectado pela crise alimentar (arroz) e dos combustíveis mas, em Timor, temos capacidade suficiente para resolver esse problema. A população tem pelo menos uma knua e uma terra. A questão é que muitos deixaram a tradição de cultivar a terra e não olham para a terra que possuem nas montanhas como uma riqueza e assim desvalorizam a agricultura.

Hoje, com essa crise internacional, aproveitamos este momento histórico para concentrarmos um pouco dos recursos que temos. Dar incentivos e ajuda material, tractores para ajudar lavrar a terra. E há o compromisso do Governo de comprar arroz para constituir uma reserva estratégica.

O FEE e as iniciativas privadas

Os estudos que são feitos, neste momento, dão-nos a garantia de que daqui a 3, 4, 5 e 7 anos, se continuarmos no caminho certo, poderemos ser auto-suficientes na produção de arroz. É também necessária a construção de novos silos para armazenar os produtos.

Foi feita uma alocação de 240 milhões para o Fundo de Estabilização Económica (FEE), a qual será utilizada para fins especificos.

Esta última acção foi decisiva no sentido de criar os mecanismos para a sua solução, mas foi necessária a intervenção de todos. Problemas de pobreza e carência económica. A tradição de cultivar a terra está a ser abandonada pelos próprios donos. Dar incentivos para rentabilizar os recursos da terra. Sustentabilidade, auto-suficiência (arros e batar).

Estamos sujeitos a multiplicação, dado os amentos e instabilidade da conjuntura internacional. Investimento de Arroz, Energia e Electricidade - Ahi Mate Permanente (AMP). Programa: “Electricidade para todos os distritos”. Investimentos na área do turismo: criar condiçoes de infra-estuturas básicas para atrair investimentos estrangeiros; criaçao de emprego: enviar 500 e tal jovens para trabalhar na Coreia, ganhar nova vida, uma cultura de trabalho. Sobre o investimento interno, o dinheiro é do Estado e do Povo. O Governo é apenas um instrumento que facilita o uso dessa riqueza, a favor do desenvolvimento e para responder às necessidades dos cidadãos.”

Investir nos Recursos Humanos

“Investir nos recursos humanos é a prioridade do IV Governo Constitucional. As escolas não estão nas devidas condições, para o desenvolvimento integral da educação das crianças.

O Governo pretende promover a qualidade da educação em todos os níveis. Criar as condições necessárias para o desenvolvimento intelectual das crianças. O Governo tem um sonho para o futuro das crianças - talvez venha a ser transformado em projecto, no futuro, no sentido de equipar as escolas com ferramentas tecnológicas, como computadores. E, se tudo correr bem, este Governo quer fazer mais coisas em favor da formação e desenvolvimento humano. Isto é equipar os cidadãos com conheciemntos nencessários para a vida activa”.

Ministério de Solidariedade Social

Numa curta intervenção, a Ministra de Solidariedade Social falou, essencialmente, sobre o programa e políticas do ministério que tutela. Disse que se “efectuaram reformas no seu ministério. Um dos objectivos do Governo é garantir que os cidadãos sejam protegidos na sua vida socio-económica. Neste momento, o MSS está a fazer um levantamento de dados sobre os veteranos, idosos e jovens, vítimas da guerra e os inválidos (NE, em português). O MSS está a desenvolver uma política de protecção dos idosos, jovens e crianças da rua. No sentido de implementar o projecto, desenvolvemos trabalho conjunto com o Ministério da Justiça e o Ministério da Educação, para facultar uma merenda para as crianças nas escolas, em certos pontos do país (Lospalos, Dili, Ainaro e Oecusse) e trabalha ainda em parceria com o WFP – World Food Program no sentido de fornecer apoio alimentar às crianças.”

“O Governo anterior fez um trabalho notório. Foi um passo importante no sentido da recuperação. E este Governo continua com projectos de reinserção social e reintegração dos cidadãos. Um exemplo disso são os deslocados – todos optaram por voltar às suas casas e outros há que estão por resolver, através da utilização de novos métodos. Outro pilar importante é a questâo de segurança dos cidadaos nos bairros. “

Sessão de intervenções livres

Na parte de intervenção, a plateia levantou novamente as questões abordadas desde o início, na nota introdutória do Presidente da ATC. A questão da média de 14 (índice cumulativo) dominou a maior parte do debate. Alguns chegaram mesmo a invocar que existe discriminação ao nível da embaixada.

Como exemplo, os bolseiros do estado português de 2001 têm dados mais detalhados e apoiados e nós, os outros (timorenses universitários por conta própria, jovens em asilo político, refugiados de 1999 e filhos dos timorenses residentes), nem sequer temos qualquer apoio do estado timorense. No caso de assim continuar, isso significa mesmo discriminação e a prática da exclusão.

Gaspar Sobral falou do futuro das crianças em Timor-Leste e disse estar confiante no Governo porque conhece muito bem Xanana e LUGU. Fornecer apoio alimentar às crianças é fundamental, porque significa investir, desde já, no futuro da nação.

Outros levantaram a questão do uso do fundo do petróleo e a preocupação de não deixar herança para as gerações vindouras. A exploração e o refinamento em Darwin significa criação de emprego aos gravatados lá e Timor continuará com queixas de desemprego para toda a vida.

Em resposta, O VPM Dr José Luís Guterres voltou a lembrar à plateia que “este Governo quer GOVERNAR COM PAZ e AMOR”.

Há um estudo realizado recentemente que diz ser viável canalizar o poço Greater Sunrise para Timor-Leste. “As preocupações aqui levantadas também são preocupações do Governo. Estamos aqui para ouvir, discutir e trocar opiniões”. Mais adiante, disse ainda que “Este Governo quer governar e servir o povo como deve ser”. Esta é mensagem de um combatente da luta pela libertação nacional. “Na altura da Luta, nós arriscámos a vida para alcançar a independência. Hoje, estamos no Governo e não queremos brincar com o povo. Estamos a aplicar, de forma séria, os poucos recursos que existem para salvar o povo da miséria e da probreza”.

É por isso que aceitamos o desafio de governo. Se tudo correr bem, pretendemos fazer outras coisas mais, sempre a favor do interesse nacional. Vocês que são do futuro irão certamente fazer melhor que nós.

Investir é evitar duplicação dos preços

Em relação ao fundo do petróleo, o VPM disse que todas as críticas são bem-vindas. “A auditoria internacional está a acompanhar o nosso trabalho. Seria melhor investir agora para evitar a duplicação ou triplicação dos preços no mercado mundial nos próximos anos. Exemplo, a crise alimentar mundial provoca a subida do preço e o nosso dinheiro ficaria na mesma, se não investirmos agora, comprando materiais com preços acessiveis. Se utlizarmos o fundo de petróleo para combater a pobreza, desenvolver os recursos humanos, melhorar a nossa agricultura, o sistema educativo, a saúde e outras infra-estruturas básicas, trata-se de poupar mas de outra forma. Estamos a apostar claramente num futuro sustentável.”

Corrupção, como combater?

“O governo AMP, através do PM Xanana Gusmão, assumiu um compromisso com o povo que, se for verificado que haja corrupção no governo, o PM tem obrigação de se demitir ou demitir aqueles que praticam a corrupção. Tudo isso, depende também da boa vontade da oposição em colaborar, reunir dados ou apresentar queixas no tribunal para combater a corrupção, em vez de o fazer apenas através de declarações públicas não fundamentadas. Ouvir, dialogar e partilhar informações é uma cultura e tradição genuinamente timorense. É com base neste princípio que este Governo quer avançar”, concluiu.

Na generalidade, o encontro correspondeu aos objectivos traçados. A questão de incluir os IPD´s, Peticionários, bem como os estudantes que se encontram na diáspora, no projecto da construção do estado-nação e o desafio de garantir Paz, Estabilidade e Segurança à população, é uma condição indispensável para o desenvolvimento (atrair investivento estrangeiro) porque ninguém quer investir sabendo que poderá correr risco de morte ou de incêncios.

A sessão de debate correspondeu as espectativas, seguindo-se o porto-de-horna no Bar da Associação Académica de Coimbra (AAC) e a sessão de ‘foto de família’ que encerrou o encontro as 18h00. FHCoimbra

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