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20071121

Timorenses em Coimbra preocupados com futuro dos licenciados

Estudantes timorenses em Coimbra não sabem ainda o que fazer pelo seu país quando acabarem os seus cursos. A preocupação foi levantada por Félix Jesus, presidente da ATC, durante a visita a Coimbra de três elementos do Governo timorense.
O presidente da Associação Académicos Timorenses de Coimbra (ATC) mostrou-se ontem preocupado com o futuro dos estudantes e recém-licenciados, nascidos em Timor, que frequentam a Universidade e o Ensino Politécnico em Coimbra, criticando o facto de não haver, por parte do Governo do seu país, «qualquer iniciativa concreta no sentido de, juntamente com os finalistas, encontrarem um projecto comum para o futuro de Timor».
«Nem eu sei, nem eles sabem, para onde irão trabalhar quando tiverem os diplomas nas mãos», desabafou Félix Jesus, recordando que a pobreza de Timor «não está na falta de petróleo, mármore ou café», mas sim «na falta de cérebros». O responsável da ATC falava ontem no Pavilhão Centro de Portugal (PCP), durante a cerimónia de recepção de Zacarias da Costa, Paulo Assis Belo e Bendito dos Santos Freitas, três elementos do Governo timorense que estão de visita a Portugal.
Congratulando-se com o facto de, dos 65 associados da ATC, 14 serem finalistas nas mais diversas áreas como Relações Internacionais, Geologia, Engenharia de Minas ou Mecânica, Direito, Ciências da Educação ou Medicina, Félix Jesus questionou os governantes timorenses sobre o nível de cooperação existente, neste momento, entre Timor e Portugal nesta área.Isto porque, conforme anunciou, o número de caloiros na Universidade de Coimbra «teve uma descida drástica» nos últimos anos. Se em 2001 os alunos no primeiro ano eram 40, este ano apenas entrou um estudante timorense no Ensino Superior em Coimbra. «O que se passa com a cooperação entre Timor e Portugal nos últimos anos?», questionou o responsável, aproveitando para deixar uma sugestão ao ministro da Educação timorense, para que «desenvolva esforços para conhecer os finalistas, em Coimbra, um a um, para evitar a “fuga de cérebros” para outros países, quando eles são tão necessários em Timor».
Dois biliões de dólares nos cofres de Timor
O ministro dos Negócios Estrangeiros timorense concordou com a necessidade do Governo, em funções há pouco mais de três meses, apostar fortemente nos recursos humanos. Concordando com o presidente da ATC, Zacarias da Costa deixou claro que o problema de Timor «não é o dinheiro. Somos um país pobre, mas não nos falta dinheiro», afirmou, confirmando que o mais novo país do Mundo recebe mensalmente 100 milhões de dólares pela exploração do petróleo, tendo já nos seus cofres qualquer coisa como dois biliões de dólares.
«O mais importante é a capacidade de aplicar o dinheiro», continuou o fundador do PSD de Timor, deixando claro, no entanto, que mais do que formar pessoas, «é preciso incutir nelas a vontade de participarem activamente na reforma do seu país». «Só assim daremos um passo significativo no sentido da qualidade», afirmou. Zacarias da Costa avisou ainda as dezenas de estudantes presentes no PCP de que «a integração no mercado de trabalho em Timor não pode ser só no sector público», e que «é preciso dar prioridade ao desenvolvimento do sector privado».
Uma questão que obteve a concordância de Bendito dos Santos Freitas, secretário de Estado da Educação e Formação Profissional timorense, que reforçou a necessidade de não se olhar para o Estado como «a única garantia de trabalho para todos». De tal maneira, que o Governo de Timor se prepara para criar incentivos para jovens que promoverem o auto-emprego e que criarem novos postos de trabalho para outros cidadãos timorenses. A sessão contou ainda com a presença do vice-ministro da Educação timorense, Paulo Assis Belo, que confirmou a aposta do Governo no cumprimento da Constituição e, portanto, em fazer da Língua Portuguesa a língua oficial de Timor. Na área da Educação, e no que diz respeito ao emprego, o governante confirmou a existência de necessidades concretas de professores na área da Matemática, Física e Química e Biologia. «Se há finalistas nestas áreas, dou a garantia que serão recebidos pelo Ministério da Educação, porque precisamos deles», rematou.
Fonte: Diário de Coimbra Edição 18.11.2007 http://www.diariocoimbra.pt/ hare mos iha Website official ATCONLINE http://www1.ci.uc.pt/atc/ ERMERA http://www.ermera.blogspot.com/ no UMALULIK http://www.umalulik.blogspot.com/

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