A educação é suprapartidária:
Entre a demagogia política e a política praxis
Por Afmend Sarmento
Soa bem nos ouvidos esta epígrafe:"a educação é suprapartidária[1]", como um ponto
culminante extraído de todas as atividades relativas ao III Congresso Nacional
da Educação, proferido pelo Dr. Rui Maria de Araújo, o então Primeiro-Ministro
do VI Governo Constitucional. Este setor se fosse “suprapartidária" porque
não utilizasse o consenso para investir nesta área importantíssima cuja
finalidade contribuir ao desenvolvimento sócio-económico do país. Recentemente,
a Comissão G do Parlamento Nacional emitiu um Relatório, após as audiências
parlamentares, onde “registou vários problemas deste setor educativo do país[2]", porém, constata-se que
a política orçamental para este setor continua com o mesmo investimento, não
havia nenhuma mudança na estrutura do Orçamento Geral do Estado para o ano fiscal
de 2020 nem de 2021, uma vez que o papel fundamental do Parlamento Nacional é
para aprovar o Programa Político e Orçamento Geral do Estado.
No plano político, Timor-Leste consagrou a sua grande
ambição para atingir as metas definidas no Plano Estratégico do Desenvolvimento
Nacional 2011-2030:
“investir em
educação e formação a fim de garantir que o Povo timorense estará a viver numa
Nação onde as pessoas são instruídas e cultas, capazes de viver vidas longas e
produtivas e com oportunidades para acederem a um ensino de qualidade que lhes
permita participar no desenvolvimento económico, social e político da nossa
Nação[3]".
A Educação é o setor-chave e fundamental que contribua
para o desenvolvimento sustentável do país. E o acesso à educação torna-se um
direito fundamental de todos os cidadãos timorenses. Esse direito é consagrado
na Constituição da RDTL, no artigo 59º: “O
Estado reconhece e garante ao cidadão o direito à educação e à cultura[4]”. Por meio desta, foi criada a normal habilitante como a
Lei de Bases de Educação, nº 14/2008, de
29 de outubro, que regulariza o sistema educativo em Timor-Leste. Os
conceitos da filosofia de educação contemplados no regime jurídico em apreço,
estabelece numa das alíneas do artigo 5º, os Objetivos Fundamentais da Educação: “contribuir para a defesa da identidade (…), para o reforço da identificação com a matriz
histórica de Timor-Leste, (…) o que passa pelo reconhecimento do património
cultural do povo timorense, sem esquecer, no entanto, o dever de consideração e
valorização dos diferentes saberes e culturais[5]”. Nesta lógica, a educação passou a constituir uma área muito
importante, no respeito pela promoção da diversidade cultural existente no
país, para o “reforço da identificação
com a matriz histórica de Timor-Leste”, assim, procurando promover a raiz histórica de um povo que, segundo
Nicolau Lobato, "renasceu das cinzas
do esquecimento[6]" do mundo internacional, afirmando a sua própria
"identidade étnica, histórica,
cultural e religiosa[7]", perante o povo da região do sudeste asiático. No
outro ângulo, o sistema educativo timorense deve promover, através das suas
pesquisas científicas, os alicerces para o “reconhecimento
do património cultural do povo timorense”, enquanto o país que possui o
enorme peso dos setores tradicionais a explorar, porém ainda existe a baixa produtividade e
poucos demandadores de mão-de-obra qualificada para tornar este setor fontes de
receitas para o Estado. Finalmente, a
Educação timorense assume a nobre missão na
“valorização dos diferentes saberes e culturais”, isto é, procura contribuir para uma cultura dinâmica, capaz de valorizar, qualificar e
melhorar as suas especificidades, sendo fator de coesão social e de afirmação
da identidade timorense no plano internacional.
No seu modus
vivendi e modus operandi, conforme
as anotações jurídicas do Bacelar[8], o
espírito da Lei Bases da Educação
assume três papeis fundamentais para conduzir o sistema educativo timorense,
através da sua praxis pedagógicas:
1.
Desenvolvimento global da personalidade.
A Educação é o locus
privilegiado para transformar o caráter do ser humano, “ela cria, no homem, um ser
novo[9]”,
como falava o sociólogo francês Emile Durkheim. Este cria as possibilidades
através da transmissão da ciência e
tecnologia, levando-o ao mais alto grau de perfeição, isto é no sentido de humanização e não é no sentido
pejorativo de desumanização. Para Durkheim, a educação é a única via para preparar
o ser humano a conviver e interagir na sociedade: “a educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações
que não se encontrem ainda preparadas para a vida social; tem por objeto
suscitar e desenvolver, na criança, certo números de estado físicos,
intelectuais e morais…[10]”. O ser humano não é um ser fechado em si mesmo, mas que
se relacione com os outros na sociedade, assim, a educação deve preparar os
cidadãos para esta vida social. Em suma, enquanto
ser racional e social, possui o instinto de racionalização para viver em
harmonia com outros seres e tem desenvolvido regras para a sua convivência social. Pois, a
essência humana tem por objetivo o desenvolvimento do fim teleológico e este telos
desenvolve-se na polis através da
educação.
Posteriormente, este pensamento durkheimiano foi incutido por um modelo de
concepção de uma educação humanística e psico-cognitiva defendida por Roger e
Piaget, como fundamentos da teoria da psicologia de educação, isto é,
“as pedagogias psico–cognitiva e
humanista permitem formar pessoas autónomas, críticas e criativas, capazes de
melhorar a situação em que vivem[11]”,
com a finalidade de formar os seres pensantes,
críticos e criativos e são capazes de decifrar os labirintos da
realidade social, mas também permitir “a
formação de pessoas competentes que sejam também inovadoras, responsáveis e
solidárias, capazes não só de melhorarem a situação em que vivem, mas ainda, de
viver e conviver com as outras pessoas num ambiente de paz e de cooperação". A situação hodierna, urge a educação para formar jovens
críticos e criativos, mas também inovadores, responsáveis e solidárias. Devem
sempre ser, empreendedores e pro-ativos. Dessa forma, serão certamente bem-sucedidos
a nível pessoal e contribuirão de forma muito significativa para o
desenvolvimento de Timor-Leste.
Noutra perspectiva, Arranha coloca em ênfase que a “educação supõe o proseso de desenvolvimento
integral do homem, isto é, de sua capacidade física, intelectual e moral, visando
não só a formação de habilidades, mas também do caráter e da personalidade
social[12]”. Timor-Leste deve optar por uma política estratégica e
holística para a área tão complexa como a Educação, ou seja, deve fomentar a formação de todos os cidadãos
a serem mais humanos e mais académicos. O aspecto humanismo se desenvolve
através das artes, estéticas e boas práticas na vida quotidiana, enquanto o
aspecto académico se desenvolve por via de aquisição do conhecimento científico
e tecnológico através das instituições académicas. Nesta linha, a
Escola-Universidade é, antes, o espaço onde o estudante aprende a pensar de
forma crítica sobre uma determinada área, desenvolvendo as capacidades de
colocar boas perguntas científicas sobre essa área e de procurar respostas
utilizando metodologias, referências e tecnologias modernas.
Para Delors, o século XXI com a influência da era
globalização, urge a educação para repensar o modelo antigo de formação dos
cidadãos, colocando em destaque os quatro pilares do conhecimento:
“a educação deve
organizar-se à volta de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda
a vida, serão dalgum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento:
aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a
fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim
de participar e cooperar com os outros em todas as actividades humanas;
finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes[13]”.
Nesta lógica, os estudantes devem ser capazes de
integrarem as 4 vias de conhecimentos
que se convergirem numa relação de teoria-prática: o saber-ser, o saber-fazer,
o saber-conhecer e o saber-conviver
tornam-se os mecanismos fundantes das competências humanas e habilidades profissionais
do século XXI. É fundamental incutir
nos estudantes para desenvolverem a sensibilidade social, ambiental e ética, a
capacidade de observação e análise da realidade física, social, económica e
política conforme a vida concreta em Timor-Leste.
Para enfrentar os desafios proporcionados por século XXI,
a educação deve ser empenhado em compreender e explicar as situações, os
acontecimentos e as rupturas, assim como as relações, os processos e as
estruturas que se formam e transformam com a sociedade global. Recentemente,
Schwab propôs um caminho educacional a seguir, para enfrentar os desafios
colocados pela Quarta Revolução Industrial: “(1)
inteligência contextual (da mente) – a forma como compreendemos e aplicamos os
nossos conhecimentos; (2) inteligência emocional (do coração) - a forma como processamos e integramos os
nossos conhecimentos e sentimentos em relação a nós próprios e outros; (3)
inteligência inspiracional (da alma) – a forma como usamos um sentido propósito
individual e partilhado, a confiança e outras virtudes para efetuar a mudança e
agir em função do bem comum; (4) inteligência físico (corpo) – a forma como
cultivamos e mantemos a nossa saúde e bem-estar pessoal e daqueles que nos
rodeiam[14].”
A situação global em que vivemos carateriza-se por um ritmo excessivamente
intenso e rápido de mudanças. As mudanças no campo social e económico, cultural
e comportamental, ecológico e tecnológico afectaram e continuam a afectar, de
forma intensa, a sociedade em que vivemos. Para tal, a educação deve assumir a sagrada missão para
preparar os jovens timorenses com competências e skills do século XXI, para enfrentar os desafios proporcionados por
este mundo digital, ou seja, a Quarta Revolução Industrial, ainda que a
realidade timorense, sobretudo aldeias remotas ainda não sentiram os benefícios
da primeira revolução industrial, para não falar da segunda e da terceira
revolução industrial. Estamos ainda muito longe dos sonhos dos founding fathers de tornar Timor-Leste
um país próspero e uma sociedade bem instruída. Esta é missão das novas
gerações para continuar as obras dos fundadores da nação.
2. Progresso
social
O jornal Deloitte através de Social Progress Index definiu assim: “a capacidade de uma sociedade de atender às necessidades humanas
básicas de seus cidadãos, estabelecer os componentes básicos que permitam aos
cidadãos melhorar sua qualidade de vida e criar as condições para as pessoas e
as comunidades atingirem seu pleno potencial[15]”. No entanto, educação é uma peça-chave fundamental para
mudança social. Muitos cidadãos de Timor-Leste ainda vivem numa
situação crítica e dramática, extrema miséria, fome, sofrem doenças e os
conflitos sociais que têm acontecido diariamente. Para previnir esta desordem
social, a educação deve assumir a responsabilidade moral e política para
definir e formular a visão estratégica que oriente para o desenvolvimento
integral do ser humano, garantindo assim o desenvolvimento sócio-económico do
país. Pois através da "educação,
enquanto o objeto de transformação social (como também de conservação social,
diria Bourdieu), uma vez que se ocupa da transmissão de valores e da formação
de futuras gerações[16]". A Educação deve orientar para a promoção de uma
educação holística, que possibilita as competências e skills que contribuem para tomar decisões fundamentais e essenciais
para a vida do ser humano.
Para Arranha, “educação
não é, porém, a simples transmissão da herança dos antepassados, mas o processo
pelo qual também se torna possível a gestação do novo e a ruptura com o velho[17]”.
A educação não se pode limitar apenas a transmissão de conhecimentos
científicos e tecnológicos, mas deve fomentar também os valores culturais transmitidos
pelos antepassados e a história que afirma a nossa identidade nacional. Deve incentivar
e criar conhecimento científico com impacto relevante na dinâmica social,
económica e cultural do país, que permitirá
a ruptura com a velha tradição e fomente a transição de uma sociedade
tradicional para uma sociedade moderna. O único caminho para que isso
aconteça é através da Educação, que permita esta transformação e possibilita a redução da desigualdade social na sociedade
timorense.
3.
Democratização da sociedade
A Educação deve contribuir para uma democracia evoluída e estável, com cidadãos capazes
de decifrar as problemáticas de desenvolvimento e ter instrumentos de plena
participação nos processos de construção do Estado e da nação. O filósofo político, Norbeto Bobbio, escreveu no seu livro O futuro da
Democracia, chamou de obstáculos à democracia, sob a rótula de “promessas
não cumpridas”. Assim, na sexta “promessa não cumprida” diz respeito a educação
para a cidadania, retomando os escritores antigos que tinham chamado de “activae
civitatis, em latim no original: cidadania ativa, direitos do cidadão; com
isso, a educação para a democracia surgiria no próprio exercício da prática
democrática[18]. O papel fundamental e a responsabilidade da educação são essenciais na
promoção, construção e desenvolvimento de uma consciência crítica e cultura
cívica, no processo de construção do Estado e da Nação. No dizer de Delors,
"trata-se de fazer da escola um
modelo de prática democrática que leve as crianças a compreender, a partir de problemas concretos, quais
são os direitos e deveres, e como o exercício da sua liberdade é limitado pelo exercício
dos direitos e liberdade dos outros[19]”. Neste sentido, a situação atual do país urge-nos a trabalhar seriamente para a contrução de
uma sociedade democrática e cívica. Pois, esta globalização que estamos
mergulhados traz-nos novos valores que devemos inteirar conforme a nossa
cultura timorense. Nesta linha de pensamento, a educação deve assumir a missão para contornar
esta vivência de demo-crazy numa
verdadeira convivência democrática e esta libertinagem
numa verdadeira liberdade no sentido clássico da palavra. Para além disso, a qualificação e a sustentabilidade da democracia
prendem-se com o nível de formação da próxima geração timorense.
Depois de perscrutarmos os labirintos jurídicos
que orientem o sistema educativo, faremos agora um exame de instropeção para
ver os efeitos políticos que têm sido produzidos ao longo desta duas décadas
após a consulta popular de 1999, na área da educação. Pós a restauração da
independência de Timor-Leste, em maio de 2002, os profissionais da Educação em
unísono e consenso definiram as linhas orientadoras para a educação, no I
Congresso Nacional da Educação, levado a cabo pelo Dr. Armindo Maia, como
Ministro da Educação, em 29 a 31 de outubro de 2003, sob o lema: “a Educação em primeiro lugar”.
Depois de crise política e militar de 2006, a
educação começou a edificar os seus alicerces fundantes sob a
responsabilidade do Dr. João Câncio, o então Ministro da Educação do IV Governo
Constitutional, com as excelentes obras como Lei Bases da Educação, enquanto regime jurídico que orienta o
sistema educativo e no plano político consagrou o Plano Estratégico Nacional da
Educação (PENE) que foi extraído do Plano Estratégico do Desenvolvimento
Nacional 2011-2030 (PEDN) que serve como linhas
orientadoras para o desenvolvimento social, económico e político do país. Nesse
período, foi estabelecida ainda a Agência Nacional para a Avaliação e
Acreditação Académica (ANAAA) cujo objetivo regularizar a existência das
instituições do ensino superior, enquanto centros aglutinadores das formações
dos recursos humanos nacionais. O Governo teve ainda a visão estratégica para
criar o Fundo de Desenvolvimento do Capital Humano (FDCH) que assume o papel
fundamental para capacitar os recursos humanos a fim de contribuir ao
desenvolvimento de Timor-Leste. Nesta governação, foi realizado ainda o II
Congresso Nacional da Educação, porém o público não teve acesso a nenhum
documento oficial deste evento.
O VI Governo Constitutional sob a liderança do
Dr. António da Conceição realizou o III Congresso Nacional da Educação sob o
mote:" “a
Educação é o pilar da consolidação da Identidade e do Desenvolvimento da Nação". Reuniram-se no Salão
de Laline-Larigutu da CNE durante três dias, todos os profissionais da
Educação, desde os professores pré-escolar até os docentes universitários, dos
funcionários administrativos às associações dos pais, sociedade civil e
religiosas, todos fizeram um consensus:
“a Educação é suprapartidária”.
Esta passagem pelo panorama da
Educação, leva-nos a questionar: o que está mal feito na Educação? A situação educativa hodierna torna-se uma grande
preocupação da sociedade em geral. Este facto deve-se a seguintes fatores:
primeiro, é a substituição da visão estratégica do setor pelas linhas orientadoras
do programa político-partidária. O impacto repercute-se na subsituição forçada
dos cargos de chefias sem nenhuma consideração pela lógica de right man in the right place e a
política de meritocracia. No sentido de privilegiar os programas políticos partidários com objetivo de
promover o recrutamento político para as eleições seguintes. Não se deve
privilegiar os "zique-zaques políticos" na área mais complexa e
díficil mas evolutiva e dinâmica como a Educação. O segundo ponto fundamental é
a falta de seriedade dos líderes políticos para investir na área da Educação. O
discurso político como a educação é o setor-chave para o desenvolvimento do
país torna-se apenas uma demagogia política – fica registado apenas nos
discursos e boas intenções – mas não se reflete na alocação do Orçamento Geral
do Estado. O investimento na área da educação anda a volta de 5% a 7%, enquanto
os países desenvolvidos como a Singapura e o Japão investem na educação por
cima de 20%. Sem aumentar o orçamento até o mínimo de 15% do Orçamento Geral do
Estado, vai ser muito difícil alcançarmos os objectivos estipulados no Plano
Estratégico do Desenvolvimento Nacional (PEDN) e o Objectivo 4 dos Sustainable Development Goals em 2030. O
terceiro ponto preocupante é que o leme da educação é deixado a conduzir pelos
interesses políticos e económicos das organizações internacionais sob os
projetos de cooperação, por exemplo, o projeto de língua materna. Em termos
jurídicos, o próprio ministério fomenta aquilo que não está de acordo com a Lei de Bases, enquanto em questões
pedagógicas, o ministério obriga as crianças das períferias a estudarem a
língua materna e os filhos dos decision
making a frequentarem as escolas internacionais e são instruídos nas
línguas portuguesa e inglesa respectivamente.
Para
além dos pontos fulcrais acima identificados, para melhorar a qualidade
educativa em Timor-Leste, o Governo deve investir mais nos seguintes aspectos: (1) Investir
na capacitação do corpo docente – o maior investimento na formação de
professores como peça central do sistema educativo. Sem professores
qualificados, profissionais e dedicados, a Educação não irá a lado nenhum. No processo de ensino
e aprendizagem, o professor assume o
papel fundamental, não só como transmissor do conhecimento (transfer of knowlegde) mas também como transmissor
de valores ético-morais e culturais (values)
para desenvolver o carácter (character
building) dos alunos/estudantes[20]. Para
além disso, os professores desempenham o papel fundamental como instrutor (lecturer) para dar motivação e suporte (supporter), efetuar avaliação e
aconselhamento (supervisor), assim
também, participam na implementação das normas sociais para que os estudantes
possam ser úteis para a escola, família e sociedade em geral.
É necessário reformatar o modelo de recrutamento dos
professores, devemos optar pela política de meritocracia, deixando o caráter de
ser professor por causa de não haver o campo de trabalho, lembrando a
intervênção do Pe. Domingos da Costa Alves, no III Congresso Nacional da
Educação: “o professor tem que ser o
centro aglutinador de sabedoria, da reverência e do amor, porque sem o espírito
de doação e de interesse social, o professor não será o profissional da
educação, mas será o mercenário da educação”. E, para evitar o mercenário na área da educação, os
professores recrutados devem possuir as 4
competências básicas,[21]
tais como: (1) competência pedagógica
– a capacidade possuída por um professor para lidar ou guiar os alunos/estudantes
quando estes enfrentarem a dificuldade no processo de ensino e aprendizagem.
Por exemplo: possui um profundo conhecimento acerca da educação, do
desenvolvimento curricular, do método de avaliação, etc.; (2) competência social – a capacidade possuída
por um professor para fazer interação social na sociedade. A interação social é
fundamental para a vida do homem que vive na sociedade. Por exemplo: a maneira como se ajuda uma pessoa a
desenvolver-se e manter uma relação
saudável no seio da comunidade; (3) competência
profissional – a capacidade possuída por um professor no domínio da sua
área de especialização, mobilizar os conhecimentos e as habilidades para
alcançar as metas definidas, por exemplo, demonstrado através dos conceitos,
estruturas gramaticais, metodologia científica, tecnologia, etc; (4) competência pessoal – a capacidade
pessoal demonstrada através da teoria adquirida e a prática pessoal, por
exemplo: capacidade individual para utilizar as ferramentas tecnológicas tais
como smartphone, ipad, ou utilização de média social como whatsapp ou messenger, no
exercício das suas funções como professor.
(2) Investir na formação em Llíngua
de instrução - pelas opções
políticas e constitucionais, adotamos a língua portuguesa como língua de
instrução no sistema educativo timorense. Enquanto a língua de instrução, o
português torna-se um grande desafio na sua implementação sobretudo no processo
de ensino e aprendizagem, quer nas escolas básicas quer nas instituições do
ensino superior.
Como nós sabemos, a língua torna-se um veículo essencial para
facilitar a transmissão da ciência e tecnologia. Por isso, é urgente investir seriamente
na formação da língua de instrução, particularmente da Língua Portuguesa como
língua oficial, a par do tétum. Sem o domínio da língua é difícil conceber o
domínio das matérias de instrução. Portanto,
a formação da língua portuguesa aos docentes torna-se uma necessidade, a fim de
promover o uso deste idioma no contexto académico, nas suas modalidades oral e
escrita, criando condições para que os docentes desenvolvam as suas
competências comunicativas e discursivas, bem como a sua capacidade de utilizar
a língua de modo variado e adequado às diferentes situações e práticas sociais.
(3) Mais investimento para as infraestruturas - a infraestrutura básica
torna-se um grande desafio à Educação,
a maioria das nossas escolas públicas encontra-se numa condição miserável. Não
propícia um ambiente saudável aos alunos para aprenderem a ciência e tecnologia.
Não só a falta de salas de aula mas também não há água e saneamento para
facilitar os alunos a obterem um ensino de qualidade. As escolas privadas e
católicas têm boas condições se fizermos a comparação com as escolas
públicas. Já é tempo de as escolas públicas
mudarem de imagem de escolas de segunda classe ou segunda divisão passando a
desfilar no topo das escolas de referência em todo o território.
(4) Material pedagógico e outros apoios didáticos são
essenciais para a Educação. Timor-Leste
é definido como um dos países com a maior taxa de natalidade na região do
sudeste asiático, assim, estamos a falhar todos os anos a produzir os materiais
didáticos para ajudar o processo de ensino e aprendizagem da nossa massa
estudantil. Um dos problemas ad infinitum
para o sistema educativo timorense é a falta dos Livros Manuais, pior ainda,
não há bibliotecas e laborátorios aos estudantes para praticarem a ciência e
tecnologia.
A partir destes desafios, começou a surgir na nossa sociedade
timorense os seguintes fenómenos, nomeadamente:
1.
Existe um gap de qualidade entre as instituições
educativas.
De facto, a qualidade educativa em Timor-Leste torna-se
uma grande preocupação a nível nacional. Em termos de qualidade, as
instituições privadas-católicas demonstram um grande avanço em detrimento das
instituições públicas. Podemos constatar os output
nos resultados finais do exame nacional, normalmente, as instituições privado-católicas
ocupam sempre nos rankings dos 10
melhores a nível nacional. Este gap
deve-se ao seguintes factos conforme a observação do autor:
1.
Não
existem bibliotecas nas escolas para o uso dos alunos como fontes de consultas
e fontes de apoios nos seus estudos autónomos.
2.
Não existem
laboratórios para fazer experimentações. Segundo o velho adagio latino: Praxis
sine theoria est sicut caecus in via, theoria sine praxis est sicut carros sine
axi - A prática sem a teoria é como um cego no caminho, a teoria sem a
prática é como um carro sem eixo. Há uma mínima divulgação das revistas
científicas nas universidades (salvo erro – desculpem, se houver), na qual se possa
incentivar a criatividade dos alunos a fazer pesquisas científicas com o
intuito de abrir “o leque da inteligência” (A. Cury).
3.
Os
docentes não estimulam “a curiosidade epistemológica” (Paulo Freire) dos
alunos, com o intuito de “estimular a formação de pensadores e enriquecer a
arte de pensar” (A. Cury). Pois, é uma falha da educação no mundo pós-moderno –
“a educação nos ensinou a gerenciar máquinas, veículos, indústrias, casas,
profissão, mas não a gerenciar os pensamentos”, quer dizer, as instituições não ensinam os alunos a pensar
criticamente (ser homo criticus), onde “os laboratórios são as próprias
ideias” (Karl Popper), mas a serem apenas os consumidores das informações
transmitidas pelos docentes. Numa palavra, tornamos os estudantes numa massa de
repetidores de informações e não de pensadores que amam a arte da
crítica e da dúvida. Em suma, poderão ser transmissores de
informações, mas nunca serão um mestre da vida (A. Cury).
4.
Não
fomentamos a “cultura da leitura” na vida quotidiana dos timorenses,
nomeadamente os docentes e estudantes. Enquanto, a leitura é a única via para
abrir “as janelas da inteligência”, em busca de novas descobertas. Esta falta
de leitura deve-se a dificuldade do domínio das línguas para ter acesso aos
livros científicos, por parte dos estudantes e dos docentes, por fim, está a
crescer muito, no meio dos estudantes “a falta de honestidade científica”,
todos os trabalhos serão consultados por via do Mr. Google. O plágio e copy and paste ainda que sejam
crimes, toleram-se nas nossas instituições educativas.
5.
Por
último, não há política da divulgação dos livros, com preços acessíveis aos
consumidores em Timor-Leste, e mais concretamente para os docentes e estudantes.
2.
Fomentar ainda a discriminação social na sociedade timorense.
Podemos constatar esta segregação no panorama atual de
Timor: por um lado, uma desigualdade ao nível económico: há ricos e
pobres. A gravidade de tal situação está no facto de os ricos se tornarem cada
vez mais ricos à custa dos pobres; por outro lado, uma desigualdade ao nível social, isto
é, a má distribuição dos bens da nação. A sua implicação na área da educação, a
classe média e das elites têm o poder económico e financeiro para ter acesso a
uma educação de qualidade, por exemplo, frequentam as escolas internacionais ou
são enviados os filhos para fora do país, enquanto, os "kbiit laek" -
famílias economicamente desfavorecidas - continuam a ser marginalizados na
sociedade, para eles são criadas as escolas públicas que não têm condições
mínimas para efetuarem o processo de ensino e aprendizagem conforme o padrão de
qualidade internacional.
Assim, perdemos a
noção do espírito fraterno e solidário da resistência e o
vínculo inquebrantável que então estabeleceram entre os timorenses na época da luta, para exigir os nossos direitos mais fundamentais:
(1) direito para viver (right for survival), (2) direito de
proteção (right for protection), (3)
direito de participação (right for
participation), (4) direito para se desenvolver (right for development). Em suma, juridicamente e políticamente, não
implementamos com rigor a magna charta da Declaração dos Direitos
Humanos, que tão desejada por todos sob a opressão da Indonésia.
3.
Criando o estigma social na sociedade.
O fenómeno social na sociedade atual, podemos reparar que
as escolas de qualidades são designadas como escolas dos ricos e das classes das
elites, por exemplo, a Escola Portuguesa de Díli, Díli International School ou
Colégio Santo Inácio de Loyola Kasait. As escolas cobridas com capím, sem mesas
nem cadeiras, são construidas para as famílias economicamente desfavorecidas ou
'kbiit laek. Em suma, a sociedade começa a criar o estigma social que esta
escola é boa e aquela é má. Assim, na sua implicação prática os filhos dos
ricos e das elites não frequentam as escolas sem qualidades e todos são
enviados para as escolas internacionais ou católicas.
4. A elevada custo de propinas
As escolas/universidade que
cobram a elevada taxa de propinas são idênticas como as escolas de qualidade.
Isto implica uma grande parcela da sociedade é excluida a ter acesso a uma boa
educação, devido a carência económica das famílias.
Assim, surge a questão
inqueitante que é a comercialização da educação, isto é, as fundações das
instituicões educativas, as vezes interessam apenas pelos lucros em detrimento
da qualidade em si, assim substituem a verdadeira cultura académica por uma
cultura económica, todo o esforço é para obter os benefícios económicos, pois,
a educação é um campo muito fértil para se comercializar aqui em Timor-Leste.
5. Inexistência do investimento na investigação científica.
O contexto socio-económico de Timor-Leste pode ser
encarado como um campo muito fértil para os investigadores realizarem
investigação contextualizada à realidade nacional é de grande importância em
diversas áreas.
Nesta linha de pensamento, as instituições de ensino
superior
devem ser o motor da inovação, do pensamento crítico, da ciência e da
tecnologia aplicada à realidade e às necessidades do desenvolvimento socio-económico
de Timor-Leste. A nível global, a qualidade das instituições de ensino superior
está correlacionada com a qualidade das pesquisas científicas realizadas no
seio dessas instituições, pelos seus docentes e também pelos seus estudantes.
Não há ensino superior de qualidade sem investigação relevante.
Contudo, o próprio Governo nem as
fundações das instituições educativas não disponibilizam fundos de pesquisas
para facilitarem os pesquisadores, nomeadamente os docentes e estudantes para
desvendar sobre a maior riqueza que Timor-Leste possui.
Em gesto conclusivo, faço esta
observação de que na tradição timorense,
pensa-se que a educação consiste apenas em proferir palavras, isto é, aprender
a cartilha na escola, mas antes de mais nada é ensinar “a arte de viver”, isto
é, viver segundo determinados princípios e valores. Os sábios gregos costumavam
ensinar aos seus discípulos que, para além das causas, existem valores
que são incutidos no padrão da qualidade de vida, que devem ser seguidos pelos
cidadãos para a construção de um país justo, próspero, fraterno e solidário.
Estes valores são adquiridos e transmitidos pela Educação, como locus privilegiados para formar o
caráter de todos os seres humanos: quer ser
individual quer ser social na
lógica de Durkheim.
A educação constitui um dos principais instrumentos para
o desenvolvimento económico, social e político de Timor-Leste, por isso,
pretende-se construir um novo Capital Humano baseado nas habilidades e
atitudes laborais e de cidadania; saber fazer, saber estar, saber ser e saber
conviver nesta sociedade timorense. Para
tal, a retórica política como “a Educação é o
pilar da consolidação da Identidade e do Desenvolvimento da Nação” deve
tornar-se uma praxis aos líderes para investir mais na Educação. Conforme a lógica consagrada no PEDN 2011-2030 sobre
o Capital Social: “A verdadeira riqueza de qualquer Nação é a força do seu povo. A
maximização da saúde, educação e qualidade de vida gerais do povo timorense é
essencial para se conseguir uma Nação justa e desenvolvida”. Portanto, a maior riqueza da nação não é só os recursos naturais
como petróleo e gás, mas sobretudo o seu próprio povo que é culto, instruído e
sábio, que "permitam, no futuro, virem a ter vidas saudáveis e produtivas,
contribuindo de forma activa para o desenvolvimento da Nação”, por isso, os políticos devem optar pela Educação como
setor-chave para o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste, a fim de transformar
o rendimento excepcional do petróleo e gás em capital humanos, lembrando o
apelo feito por Dom Basílio do Nascimento, no I Congresso Nacional da Educação:
“um país que não aposte e invista na
educação, será um país sem alma e manter-se-á estagnado a baixo do nível mínimo
do conforto material e espiritual. (…), afirmar que a Educação é o fundamento,
é a base da libertação do homem da sua miséria material e espiritual, da sua
promoção, (…), na sua dimensão local e
global[22]”, seguindo a Pedagogia
da Libertação defendida por Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo, Educação muda as pessoas. As pessoas
transformam o mundo”. Por forma a tornar Timor-Leste numa economia
competitiva, de alta produtividade, isto é, uma economia competitiva, assente
na produtividade da mão-de-obra e na eficiência das organizações, com cidadãos
com capacidade de gerar e absorver inovações científicas, tecnológicas,
administrativas do nosso tempo; uma economia não dependente dos recursos
naturais, nomeadamente do rendimento petrolífero.
Todos temos de dar o nosso contributo para que seja
concretizada a visão sonhada e definida para a nossa Nação a fim de, em 2030,
Timor-Leste tornar-se-á um país com rendimentos médio-altos, com uma população
saudável, instruída e segura.
Bibliografia
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[1] Ministério da
Educação, IIIº Congresso Nacional da
Educação, 2017, 60-77.
[2] COMISSÃO G, Relatório Parlamentar da Comissão G, está disponível em Agência LUSA, 30 de setembro de 2020.
[3] Timor-Leste, Plano
Eswtratégico do Desenvolvimento Nacional 2011-2030, 20.
[4]
VASCONCELOS, Pedro Carlos Bacelar de (Coord.), Constituição Anotada da República Democrática de Timor-Leste,
Braga, Editor Direitos Humanos-Centro de Investigação Interdisciplinar, 2011,
215-217.
[5] Lei de Bases de Educação, nº 14/2008, de 29 de outubro.
[6]
GUSMÃO, Martinho G. da Silva (Editor), “…Sabemos,
e podemos, e devemos vencer!” Antologia de Textos para uma “auto biografia”
intelectual de Nicolau dos Reis Lobato, Malang, Dioma, 2018, 223.
[7]
GUSMÃO, Xanana, Timor-Leste, um Povo e
uma Pátria, Lisboa, Edições Colibri, 1994, 54.
[8] VASCONCELOS,
Pedro Carlos Bacelar de (Coord.), op.
cit., 215-217.
[9] DURKHEIM, Émile, Educação
e Sociologia, São Paulo, Edições Melhoramentos, 1978, 83.
[10] DURKHEIM, Émile, op.
cit., 41.
[11] REGO, Amancio Mauricio Xavier, Educação: Concepção e Modalidades, in Scientia cum Industria, Vol.
6, Nº 1, 2018, 38-47.
[12] ARRANHA, Maria L. de Arruda, Filosofia
da Educação, São Paulo, Editora Moderna, 1990, 51.
[13] DELORS,
Jacques, et al., Educação um Tesouro a
Descobrir, São Paulo, Cortez Editora, 89.
[14] SCHWAB,
Klaus, A Quarta Revolução Industrial,
Lisboa, Levoir, 2017,99.
[15] Pode-se ter acesso em https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/about-deloitte/articles/indice-progresso-social.html, acesso em 8 de outubro de 2020.
[16] CUNHA, Maria A.
de Almeida, Sociologia da Educação,
Belo Horizonte, Editora UFGM, 2010, 17.
[17] ARRANHA, Maria L. de Arruda, op. cit., 50.
[18]
BOBBIO, Norberto, O futuro da democracia;
uma defesa das regras do jogo, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, 30.
[19] DELORS, Jacques, et al.,
op. cit., 61
[20] MAUNA, Dr. HJ.
Binti Sosiologi Pendidikan,
Yogyakarta, Media Akademi, 2016, 199.
[21] MAUNA, Dr. HJ.
Binti, Op. Cit., 199.
[22] MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, CULTURA, JUVENTUDE E DESPORTU, I
Congresso Nacional da Educação, Díli, 29 a 31 de outubro de 2003, 172-180.
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