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20100506

Distância geográfica como argumentos: Timor-Leste: A língua Portuguesa em Dúvida

Díli - (3/5/10) A manutenção do Português como língua oficial de Timor-Leste tem vindo, nos últimos meses, a ser questionada por «várias vozes» da sociedade timorense. Na base das críticas estão argumentos como a distância geográfica que separa o país de qualquer um dos seus parceiros da CPLP e o facto de grande parte da população entender as línguas dos dois principais países vizinhos (bahasa indonésio e inglês). Muitos defendem ainda que o próprio Tétum poderia assumir em exclusividade o papel de língua oficial.

No entanto, é normalmente omitida a existência de pelo menos 15 variantes do Tétum e muitos outros dialectos locais. Omitido é também o facto do Tétum ser uma língua incompleta que continua a assimilar neologismos, designadamente do Português. Hoje, a língua portuguesa é um símbolo da identidade nacional timorense, depois de se ter tornado o principal veículo de comunicação durante os anos da Resistência à ocupação indonésia. Este «papel central na civilização timorense» é reflexo da ligação existente entre o português e o tétum, segundo a expressão do linguista australiano Geoffrey Hull, que aponta também as eventuais consequências negativas que poderiam advir da adopção da língua de Shakespeare para o desenvolvimento da própria língua nacional.

A batalha da língua, muitas vezes travada na sombra do poder, ganhou novo élan em Março com as declarações do CEMGFA Taur Matan Ruak, um reconhecido defensor da herança nacional, a propósito do uso do Português como língua nos tribunais. Divulgadas à exaustão como sinal oficial de desacordo à manutenção do português como língua oficial, saíram reforçadas pelas declarações do n.º 2 das Nações Unidas, Finn Reske Nielsen na Conferência Internacional de Dili em Abril, em que este questionou, de forma aberta, o uso da língua portuguesa em Timor-Leste. Declarações estranhas para a habitual política de neutralidade das Nações Unidas mas que foram obviamente aproveitadas pelos anglófonos para atacar um dos elementos do património histórico timorense.

Kirsty Gusmão, Embaixadora da Boa Vontade para a Educação, também nomeada Presidente da Comissão Nacional de Educação (CNE) - e esposa do Primeiro Ministro Xanana Gusmão - tem usado como estratégia para a defesa do Tétum o ataque à língua lusa, posição habitualmente mantida pela comunidade anglo-saxónica.

No entanto, esta estratégia poderá acabar por se revelar a prazo perigosa. A alfabetização na língua materna agravará ainda mais a fragmentação linguística existente na ilha do crocodilo, expondo as divisões etno-linguísticas que subsistem no território. Por outro lado, dada a relação de absorção entre o tétum e o português, o afastamento do segundo pode resultar numa vulnerabilidade do primeiro.

Paralelamente, o afastamento do português, até agora visto como factor diferenciador no enquadramento geo-estratégico e passível de trazer vantagens pela integração numa comunidade de 200 milhões de falantes, esconde-se sob o véu de uma estratégia para a educação.

A realidade demonstra as limitações que tal estratégia pode encobrir. O relatório a apresentar, até ao final de 2010, pelo Grupo de Trabalho para a Linguagem na Educação, criado pela CNE, com o propósito de defesa do Tétum, pode abrir as portas à implosão de todo o esforço de preservação da herança cultural e histórica.

Além disso, nesta tentativa de abolição da língua portuguesa, e de defesa do inglês e do bahasa indonésio, não será de esquecer a interferência de novos actores, e dos seus interesses em vários sectores, que têm vindo, progressivamente, a assumir as suas tendências externas.

O português é hoje falado no mundo por mais de 200 milhões de pessoas e a sua crescente relevância no mundo moderno reflecte-se na sua adopção como língua de trabalho em diversas organizações internacionais. Não será por acaso que uma das portas de entrada da China em África ocorre por via do Fórum Macau, sustentado pela partilha da mesma língua. O acordo ortográfico veio também limar os obstáculos que travavam uma maior expansão linguística, permitindo a sua plena assunção como quinta língua com mais falantes no mundo, e a prazo, uma das línguas oficiais das Nações Unidas.

(c) PNN Portuguese News Network: Artigo iha leten merese komentariu oan ida.

Se maka dehan Tetun la kompletu ou ki'ak? Tetun kompletu hela. Karik falta termu tekniku balu, bele foti hosi portuges, ingles, frances ou bahasa Indonezia ho seluk-seluk tan hodi hakompleta Tetun. Ne'e normal no rai hotu-hotu halo ida ne'e.

Tetun la ki'ak ida, ki'ak maka ema sira dehan Tetun sei ki'ak, tamba sira lakohi buka apreende Tetun, lakohi ko'alia ho hakerek Tetun ida di'ak nian, sira dehan Tetun maka sei ki'ak. Ema sira ne'e buka maka apreende Portuges ho Ingles, depois ba hamutuk ho kolonialista sira hodi mai dehan Tetun sei ki'ak hodi ita labele uza ita nia lian Tetun rasik. usa maka Portuges ho Ingles sira hadau malu mate hodi obriga sira nia lian mai ita? Nusa maka ita mós tenki tuir defende lia rai-li'ur rua nian ne'e? Nusa maka ita la defende rasik ita nia lian?

Tetun maka ita nia lian, Tetun maka ita nia identidade ho kultura. Portuges ho Ingles ne'e hanesan lian adopsaun de'it. Nusa maka ita hadomin liu ita nia oan haki'ak (Portuges ho Ingles) duke ita nia oan rasik (Tetun)?

Timoroan tenki hamutuk hodi defende ninia identidades, labele dehan fali ita nia ladi'ak ou aat hodi ita halai ba adopta fali ema seluk nia identidade.

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