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20090701

‘Os líderes da Fretilin parecem gostar de contar ‘petas’

Declaração do Porta-voz do IV Governo Constitucional, Secretário de Estado do Conselho de Ministros

CI - Díli , 30 de Junho de 2009

Menos de uma hora após o Parlamento Nacional ter aprovado a Comissão Anti-Corrupção do Governo de Xanana Gusmão, no dia 29 de Junho, a Fretilin emitiu um comunicado de imprensa alegando que a Comissão Anti-Corrupção do Governo de Xanana Gusmão era na verdade uma política da sua autoria.

O Parlamento Nacional de Timor-Leste, num raro exemplo de bipartidarismo, aprovou hoje quase por unanimidade (sem votos contra mas com uma abstenção por parte de um membro da Fretilin) a sua própria lei anti-corrupção, rejeitando no processo uma proposta que havia sido apresentada pelo Governo há quase um ano.” escreveu José Teixeira, o porta-voz do partido Fretilin.

Divertido por esta declaração, o Secretário de Estado do Conselho de Ministros e Porta-voz Oficial do Quarto Governo Constitucional afirmou “Na Austrália existe uma palavra chamada “porkies” (‘peta’) que significa uma distorção da verdade.’

‘Os líderes da Fretilin parecem gostar de contar ‘petas’”.

O comunicado de imprensa da Fretilin visava complementar a sua ronda mais recente de falsas alegações de corrupção contra Xanana Gusmão. As alegações, amplamente difundidas pela ABC, pretendiam minimizar o impacto do anúncio da Comissão Anti-Corrupção de Xanana Gusmão.

Ágio Pereira comentou, “assumir o crédito pela Comissão Anti-Corrupção não é a ‘peta’ mais absurda contada aos meios de comunicação social e relatada pelos nossos amigos da Australian Broadcasting Corporation.”

No dia 26 de Junho de 2006, em pleno ponto alto da crise, o partidário da Fretilin Arsénio Bano afirmou à ABC que o seu partido tinha vinte mil apoiantes prontos a deslocar-se a Díli para protestar contra a demissão de Mari Alkatiri.

Quando o repórter Mark Colvin procurou obter pormenores em relação às alegações de Bano, inquirindo onde se encontravam estes supostos apoiantes da Fretilin, Bano respondeu “É correcto... temos provas... eles estão só... bem... a meia hora de distância.” A meia hora de distância de Díli teriam sido fáceis de observar, todavia nenhuma das forças militares os avistou.

“Os vinte mil apoiantes da Fretilin nunca apareceram’, comentou Ágio Pereira, ‘Eram provavelmente os mesmos apoiantes fantasmas que era suposto participarem na maior ‘marcha pela paz’ da Fretilin, que segundo a ABC esteve iminente... durante todo o ano de 2008.”

Ágio Pereira expressou também a sua surpresa pelo esforço que a Fretilin estava a desenvolver no seu relacionamento com a ABC. No dia 7 de Fevereiro de 2007 o Secretário-Geral da Fretilin e antigo Primeiro-Ministro, Mari Alkatiri, culpou a ABC pelo seu ‘afastamento’, ameaçando com um processo por difamação. Alegou que a ABC havia feito reportagens ‘extremamente tendenciosas e reveladoras de uma enorme má vontade.’ Alkatiri acrescentou que caso essas alegações não tivessem sido difundidas nunca se teria demitido.

No final dessa entrevista a repórter Anne Barker perguntou a Alkatiri se tinha o apoio do país, ao que este respondeu “Posso-lhe dizer que se existe uma pessoa com o apoio do país, essa pessoa é Mari Alkatiri.”

Ágio Pereira acrescentou, “Não sei bem a que país Alkatiri se estava a referir…”

Durante a eleição a Fretilin disse à ABC que tinha provas em vídeo de como o Prémio Nobel da Paz José Ramos-Horta, à altura candidato e actualmente Presidente da República de Timor-Leste, tinha comprado votos. Como é lógico esse vídeo nunca viu a luz do dia, porém a resposta do Presidente da República a esta ‘peta’ da Fretilin ficou célebre: “Bem, isto é um pouco como a Imelda Marcos vir dizer-me para não coleccionar demasiados sapatos”.

José Teixeira, que aparenta ser actualmente o líder da campanha agressiva da Fretilin contra o Governo de Timor-Leste, parece conseguir ser o autor do maior número de ‘petas’. Em 2005 José Teixeira disse à ABC que uma empresa petrolífera nacional seria estabelecida “dentro de semanas”. Ágio Pereira acrescentou “Parece que os líderes da Fretilin descobriram que ter uma Empresa Petrolífera Nacional não servia os seus interesses pessoais; e que por conseguinte também não servia os seus interesses políticos.”

Durante as eleições de 2007 José Teixeira afirmou à ABC que “vários milhares” de tropas lideradas pela Austrália estavam a intimidar eleitores da Fretilin e a “tentar perturbar os seus comícios”. Após as eleições José Teixeira alegou que as tropas australianas tinham desenvolvido uma “campanha porta a porta com o intuito de intimidar apoiantes da Fretilin e fazê-los votar antes no novo governo ilegítimo de Xanana Gusmão.”

Ágio Pereira acrescentou: “Alguém consegue imaginar tropas australianas a desenvolverem uma campanha porta a porta em Timor-Leste?”

Em Novembro de 2008 José Teixeira afirmou à ABC que Mari Alkatiri tinha acabado de ser nomeado negociador principal relativamente ao Greater Sunrise. “O único problema com esta declaração” afirmou Ágio Pereira “é que ou alguém se esqueceu de avisar o Governo que Mari Alkatiri estava a negociar em nosso nome ou alguém se esqueceu de dizer a José Teixeira que ele já não é Ministro dos Recursos Naturais.”

Ainda em 2008 José Teixeira afirmou à ABC que o Governo estava a planear usar trezentos mil (300.000) hectares de terreno, “mais de metade da área arável de Timor-Leste”, para estabelecer uma indústria de biocombustível. Porém no mesmo ano disse à ABC que o Governo havia usado toda a terra arável para “grandes hotéis e casinos”.

Ágio Pereira comentou, “Talvez todos esses grandes hotéis sejam para todos os trabalhadores de biocombustível que se estão a mudar para Timor-Leste.”

Ágio Pereira concluiu: “A máquina de propaganda da Fretilin deveria passar mais tempo a falar de Timor-Leste e menos a falar sobre a Austrália ou a tentar entusiasmar os meios de comunicação australianos; mas isto é compreensível, dado que não possuem quaisquer políticas sociais ou fiscais. Agora a Fretilin está a alegar que as iniciativas do Quarto Governo Constitucional, de Kay Rala Xanana Gusmão, são suas, como por exemplo a Comissão Anti-Corrupção. Os líderes da oposição da Fretilin parecem estar muito confusos a respeito do seu próprio mandato.”

FIM

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