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20090427

Ultima Hora: Levi Bucar Chega à Dili, 28 Abril 2009

LEVÍ BUCAR, RAMOS HORTA E A OBRA DO MAX STAHL

«LEVI BUCAR CORTE REAL CHEGA À AEROPORTO NICOLAU LOUBATO, COMORO, DILI NO DIA 28 DE ABRIL DE 2009»

Leví Bucar Côrte-real 
Coimbra, ATConline (27/4/09). Quinze anos depois, Leví Bucar Côrte-real decidiu regressar para a casa mãe, Ainaro, Timor Leste ao encontro dos pais e do país que deixou depois do massacre de Sta. Cruz no dia 12 de Novembro de 1991.

Leví Bucar é um vidente do massacre que custou muitas vidas até hoje ficara desconhecidas por falta de segurança às famílias vítimas e deu como desaparecido na lista do blog “Timor Law anda Justice Bolletin”. Graças às filmagens do jornalista britânico Max Stahl enterradas dentro do cemitério de Sta. Cruz tornou visíveis as atrocidades praticadas pelos militares indonésios durante a ocupação ilegal de duas décadas e meia da terra do crocodilo. O jovem Leví Buscar foi o principal rosto deste acontecimento histórico mas ninguém sabia dele, se é vivo ou morto.

No dia 19 de Abril de 2009, Leví passou pela cidade de Coimbra, lugar onde estudava quando chegou a Portugal pela primeira vez e numa conversa informal no café Dona Maria cita Avenida Sá da Bandeira depois de uma viagem cansativa à Braga e depois a Santuário de Fátima, deixou uma curta mensagem que nos faz lembrar as pegadas históricas pessoais desenhadas na terra natal (suco ainaro), na capital timorense (Díli) e quinze anos na diáspora.

Levi nasceu em Distrito de Ainaro, sul de Timor Leste. Levi pertence a uma família numerosa, tem dez irmãos (4 mulheres e 6 homens). Todos estão vivos e os pais estão abordados no programa de apoio social do estado timorense para idosos, inválidos e antigos combatentes da libertação nacional.

Levi completou o seu ensino básico e pré-secundário em Ainaro. Mudou para Díli para cursar o 12º ano na Escola Secundária de São José de Balide, Díli. No dia 12 de Novembro de 1991, deu uma boleia a um amigo de casa à Igreja Motael para participar na missa do sétimo dia do saudoso Sebastião “Sen” Gomes morto pelos militares na semana anterior e voltou para preparar a ida as aulas naquela terça-feira. Neste dia, os estudantes fardados tomaram parte na manifestação depois da missa de Motael até Cemitério de Sta. Cruz e na multidão encontrava-se também o jovem estudante Levi. A Escola Secundária de São José estava perto do cemitério. O local onde aconteceu o pior.

Levi Bucar lembrou que já estava no 3º ano do curso (equivalente ao 12º ano). Dentro do Cemitério receberam rajada de tiros na qual atingiu várias pessoas que estavam a dirigir-se para dentro do cemitério. Levi foi atingido no estômago e ficou logo em coma e só teve consciência depois de horas internado no hospital de Díli mas confessa que desconhecia os colegas que o deram os primeiros socorros. Disse.

A Partida para a diáspora – Bali

Três meses depois, Levi regressou para casa com vida. Como todos sabem que a imagem do Levi transformou-se conhecida na cena internacional e em simultânea tornou-se alvo de perseguição das forças de segurança no terreno (lista mean = lista vermelha ou black list em inglês). Levi foi transferido para Bali a proposta dos pais para cursar inglês mas nunca esteve seguro porque foi localizado pela agência secreta indonésia. No seu primeiro plano, tentou saltar as embaixadas mas depois cancelou para salvar o pai que estava sob interrogatório na mesma altura em Timor. O segundo plano, recorreu ao Grupo Tata-mailau residente em Macau que lhe facilitou a viagem de Bali à Macau onde permaneceu apenas 15 meses em 1994.

1995 – Chegada a Lisboa, Portugal

Nessa altura, tanto Macau como Timor Leste ainda eram potência administrativa portuguesa e como tal, o estado português teve alguma responsabilidade nesta matéria. Em Portugal, Leví Bucar viveu numa residência conhecida em Lisboa “floresta” para cursar o português inclusive fazer a transição, adaptação e integração na sociedade portuguesa até 1996, ano em que Dr. Ramos Horta e Dom Ximenes Belo foram distinguidos com o premio Nobel da Paz em Oslo, Noruega.

1997 – Ingresso na Universidade de Coimbra

Numa conversa sincera, Leví confessa que nunca imaginava que um dia ia parar a Universidade de Coimbra e para não ficar continuamente nesta encruzilhada de pensamento, decidiu ingressar-se no curso de Psicologia da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCE-UC). Um ano depois decidiu mudar para a Faculdade de Economia no curso de Gestão que também abandonou quando já estava no 2º ano. Leví confessou a ATConline que nunca estudou nesta altura por motivos políticos (participava mais nos encontros, acções de ruas, manifestações em Portugal ou em Madrid a favor da causa de Timor, etc.) e pela falta de comunicação e a distância que o separa com a família constituíram outras grandes desmotivações.

1998 – Fundar Associação de Estudantes

Depois de anos difíceis, Leví e os outros estudantes ingressados na Universidade de Coimbra decidiram fundar uma associação de estudantes (a actual ATC – Académicos Timorenses de Coimbra) que defendia, entre outros, os direitos humanos, promover uma luta mais organizada pela causa de Timor; um espaço de diálogo e de formação de português, a divulgação da cultura e da promoção de apoio a transição, adaptação e integração dos estudantes recém-chegados à comunidade académica de Coimbra.

Nesta associação, Leví desempenhou cargos como Vice-Presidente no 1º mandato (1998/2000); Presidente Comissão Eleitoral (2000/2002) e foi tesoureiro durante um ano no 3º mandato (2002/2003).

2003 – Leví Bucar e a nova aventura Depois da ATC, Leví Bucar decidiu deixar os amigos, os estudos e a tradição estudantil para desenhar uma nova coreografia pessoal que ele próprio designou “nova aventura” noutras terras. Seis anos consumidos na Terra Natal do Max Stahl (cidades de Manchester e Bristol) como trabalhador comungando a filosofia “kakutak nakonu, bolsu nakonu” antes de voltar para Timor.

2009 (28/4) – Leví chegará ao Aeroporto Nicolau Lobato, Díli

A estadia do Leví na diáspora durou quinze anos. Uma diferença de oito anos com Dr. Ramos Horta que regressou para Timor em 1999. Leví decidiu voltar definitivamente para Timor Leste ao encontro dos pais e do país que directa ou indirectamente contribuiu com a sua imagem pessoal a partir do cemitério de Sta. Cruz Díli e durante a sua estadia no estrangeiro, esta imagem foi determinante que em certas situações encurtou o processo de viabilização da Independência de Timor Leste.

A Imagem do Leví Bucar e a Palavra de Ramos Horta
Massacre S, Cruz 12.11.1991

É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem. Independentemente dos esforços “morosos” desenvolvidos pela diáspora timorense durante a luta (expressão de Xanana Gusmão), a vinda dos jovens em asilo político, principalmente, a imagem do Leví Bucar deu outro impulso a luta a partir da diáspora para a libertação nacional. Bucar disponibilizou a sua imagem e com o poder da palavra de Ramos Horta sensibilizaram a Comunidade Internacional sobre as atrocidades levadas a cabo pelos militares, polícias e milícias pro-integracionistas de Jacarta (1975 a 1999) sem negar obviamente o contributo indispensável do Jornalista Britânico Senhor Max Stahl.

A contribuição do Levi Bucar deveria ser reconhecida pelo…!

ATConline/fim
TETUN: Inisiante ATC Levi Bucar To'o iha DILI

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