Timor-Leste: Governo garante que relatório "confidencial" sobre "anarquia" no país "não partiu da ONU"
26 de Dezembro de 2008, 13:43
Lisboa, 26 Dez (Lusa) - O Governo de Timor-Leste garantiu hoje que o relatório publicado terça-feira na imprensa australiana, que fala de um país em situação de "anarquia" e com o poder político dividido, não partiu das Nações Unidas (ONU).
O jornal The Australian divulgou na sua edição de terça-feira o conteúdo de um alegado relatório "confidencial" da ONU, que alerta para o facto de a situação de "anarquia" em que se encontra Timor-Leste poder resultar na reedição dos distúrbios que dividiram o país em 2006.
O referido relatório fala de forças de segurança "disfuncionais", um sistema de justiça "caótico" e um poder político "dividido", acrescentando que o país apresenta "funestos" problemas sociais e uma economia em "queda livre".
"O alegado relatório não partiu da ONU e trata-se, mais uma vez, de se alimentarem especulações, com outros interesses, tendo como finalidade atingir determinados objectivos: políticos, económicos e geoestratégicos", refere um comunicado do gabinete do primeiro-ministro de Timor-Leste.
No comunicado, o gabinete de Xanana Gusmão considera que a publicação da notícia não passa de uma "campanha de desinformação" e destaca a avaliação "positiva" da evolução da situação em Timor-Leste feita por organizações internacionais como a UNPOL, ISAF e a missão da ONU em Timor-Leste (UNMIT).
"De acordo com UNMIT a situação interna em Timor-Leste (2008) é perfeitamente normal", adianta o comunicado.
Após a notícia do The Australian, o representante especial interino do Secretário-Geral da ONU para Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen, esclareceu quarta-feira, em comunicado divulgado no site da UNMIT, que a situação no país "é calma e pacífica".
"As ruas de Díli e o resto do país estão calmos e pacíficos. Tem havido avanços sólidos na governação democrática e no respeito pelos Direitos Humanos. O Parlamento está a exercer o seu papel de uma maneira cada vez mais activa e o diálogo entre os partidos políticos sobre questões de importância nacional é robusto e construtivo", disse Finn Reske-Nielsen.
Mostrou-se ainda satisfeito com a evolução da situação política e de segurança no território.
"Do ponto de vista da UNMIT, podemos dizer claramente que estamos muito contentes com o progresso que foi feito em Timor em 2008", sublinhou.
Relativamente às falhas apontadas no referido relatório, o gabinete de Xanana Gusmão garante que existe "funcionalidade entre as estruturas policiais" e que o país vive em condições de estabilidade e segurança "normais".
O comunicado refere ainda que a existência de problemas judiciais não é exclusiva de Timor-Leste e que as divergências políticas são "naturais em democracia" e "não contribuirão para uma eventual anarquia".
Adianta ainda que a crise financeira tem afectado todo o mundo e que "o Governo de Timor-Leste criou um Fundo de Estabilização Económica (FEE) para responder à crise actual e a outras que eventualmente a sucedam".
CFF/SB.
Lusa/Fim
26 de Dezembro de 2008, 13:43
Lisboa, 26 Dez (Lusa) - O Governo de Timor-Leste garantiu hoje que o relatório publicado terça-feira na imprensa australiana, que fala de um país em situação de "anarquia" e com o poder político dividido, não partiu das Nações Unidas (ONU).
O jornal The Australian divulgou na sua edição de terça-feira o conteúdo de um alegado relatório "confidencial" da ONU, que alerta para o facto de a situação de "anarquia" em que se encontra Timor-Leste poder resultar na reedição dos distúrbios que dividiram o país em 2006.
O referido relatório fala de forças de segurança "disfuncionais", um sistema de justiça "caótico" e um poder político "dividido", acrescentando que o país apresenta "funestos" problemas sociais e uma economia em "queda livre".
"O alegado relatório não partiu da ONU e trata-se, mais uma vez, de se alimentarem especulações, com outros interesses, tendo como finalidade atingir determinados objectivos: políticos, económicos e geoestratégicos", refere um comunicado do gabinete do primeiro-ministro de Timor-Leste.
No comunicado, o gabinete de Xanana Gusmão considera que a publicação da notícia não passa de uma "campanha de desinformação" e destaca a avaliação "positiva" da evolução da situação em Timor-Leste feita por organizações internacionais como a UNPOL, ISAF e a missão da ONU em Timor-Leste (UNMIT).
"De acordo com UNMIT a situação interna em Timor-Leste (2008) é perfeitamente normal", adianta o comunicado.
Após a notícia do The Australian, o representante especial interino do Secretário-Geral da ONU para Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen, esclareceu quarta-feira, em comunicado divulgado no site da UNMIT, que a situação no país "é calma e pacífica".
"As ruas de Díli e o resto do país estão calmos e pacíficos. Tem havido avanços sólidos na governação democrática e no respeito pelos Direitos Humanos. O Parlamento está a exercer o seu papel de uma maneira cada vez mais activa e o diálogo entre os partidos políticos sobre questões de importância nacional é robusto e construtivo", disse Finn Reske-Nielsen.
Mostrou-se ainda satisfeito com a evolução da situação política e de segurança no território.
"Do ponto de vista da UNMIT, podemos dizer claramente que estamos muito contentes com o progresso que foi feito em Timor em 2008", sublinhou.
Relativamente às falhas apontadas no referido relatório, o gabinete de Xanana Gusmão garante que existe "funcionalidade entre as estruturas policiais" e que o país vive em condições de estabilidade e segurança "normais".
O comunicado refere ainda que a existência de problemas judiciais não é exclusiva de Timor-Leste e que as divergências políticas são "naturais em democracia" e "não contribuirão para uma eventual anarquia".
Adianta ainda que a crise financeira tem afectado todo o mundo e que "o Governo de Timor-Leste criou um Fundo de Estabilização Económica (FEE) para responder à crise actual e a outras que eventualmente a sucedam".
CFF/SB.
Lusa/Fim
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