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20081127

O QUE DISSE XANANA GUSMÃO E ALGUNS PORTUGUESES SOBRE OS RELATOS NEGROS DO PEDRO ROSA MENDES SOBRE O ESTADO DA NOVA NAÇÃO DO MUNDO TIMOR-LESTE

[Vejam as reacções relativamente ao trabalho do jornalista Pedro Rosa Mendes, do Jornal Público, que tratou no seu relatório um quadro muito negro sobre o estado de Timor-Leste, até alguns portugueses consideram chocantes e deram nota negativa ao trabalho deste jornalista de profissão]

Leiam os comentários de alguns portugueses a seguir o texto abaixo!

Primeiro-ministro timorense visita Portugal

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, respeita o ensaio de Pedro Rosa Mendes, publicado no destaque de ontem do PÚBLICO, mas está convicto que o povo timorense tem capacidade para gerir o futuro do país. Xanana Gusmão começou hoje a sua visita de dois dias a Portugal, reuniu-se hoje com o Presidente português.

Xanana Gusmão afirmou ter chegado “a hora da verdade” para Timor-Leste e que "o povo sabe gerir o seu próprio destino", recusando a ideia de instabilidade e de insustentabilidade do país.

“Eu respeito todos os relatos, inclusive o que veio no PÚBLICO [na primeira página, na terça-feira], de um jornalista português que está lá há dois anos. Fico admirado como ele pode considerar Timor-Leste como um país insustentável. Mas, como timorense, apesar de respeitar todos os relatos, estou convicto de que chegou a hora da verdade, de nos afirmarmos como um povo que sabe gerir os seus destinos”, referiu, respondendo aos jornalistas sobre os relatos na imprensa portuguesa sobre a situação em Timor-Leste.

Xanana Gusmão falava após um encontro de cortesia com o Presidente português, Aníbal Cavaco Silva, e defendeu que a população de Timor-Leste deve mostrar ao mundo “que sabe gerir os seus destinos” para acabar com a pobreza.

“Sou como sou, continuo o mesmo. Durante muitos anos, nas montanhas, houve também muitos relatos sobre Timor-Leste. Eu confiei no povo e este povo demonstrou, em 1999, que podia enfrentar todo e qualquer sacrifício para ser independente” declarou.

“Agora que estou no governo, continuo a dar toda a confiança a um povo que tenta ser pacífico, heróico, que compreende que, sem a sua participação na estabilidade, não podemos chamar investidores para Timor-Leste”, acrescentou.

“Quando digo 'hora da verdade', digo que é a hora de decisões estratégicas para tirar o povo da pobreza. A pobreza ficou na boca do mundo com os ODM (Objectivos do Milénio). Estes objectivos pronunciamo-los muito bem, e as organizações internacionais gostam de os pronunciar em conferências, encontros, reuniões e estudos. Nós não precisamos mais de estudos, sabemos o estado da nossa população”, insistiu.

Aposta económica

Na conversa com os jornalistas, o primeiro-ministro de Timor-Leste mostrou-se confiante do apoio da banca portuguesa ao desenvolvimento do seu país e que tem boas perspectivas para a criação de novas linhas de crédito.

“Tenho a certeza que muitos investidores, incluindo portugueses, irão para lá e ajudar o povo a sair desta fase de miséria para uma de maior progresso”, afirmou Xanana Gusmão, insistindo que a situação política em Timor-Leste é de “total estabilidade”.

“Pegaria numa frase do Presidente timorense [José Ramos-Horta] proferida na Assembleia-Geral da ONU, em Setembro: “Timor nunca viveu um ambiente tão estável desde há dez anos para cá””, disse.

O primeiro-ministro timorense adiantou pormenores sobre o encontro que manteve de manhã com a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e perspectivou as prioridades para a reunião com o Banco Português de Investimento (BPI).

"Estamos a ver todas as alternativas para investir o Fundo de Petróleo. Sabemos que não podemos gastá-lo atabalhoadamente, mas também não concordamos com a ideia de o deixarmos em bancos estrangeiros e termos o nosso povo a morrer de fome", afirmou.

"Estamos a estudar todas as possibilidades, quer na região quer na Europa, e através do sector bancário português. Estamos a iniciar um processo de consultas que, espero, traga resultados positivos", disse Xanana Gusmão sobre a reunião com o BPI.

Em relação ao encontro com a CGD, o primeiro-ministro timorense disse terem sido analisadas "várias alternativas" à forma como o banco português pode actuar em Timor-Leste.

"Nós colocámos a situação de escassez na capacidade do sector bancário em apoiar o sector privado. A CGD disse estar disponível, mas uma hora não dá para resultados muito conclusivos. Mas vamos continuar a trabalhar", adiantou.

"Mas encorajámos a CGD a ver como, num outro mecanismo, em parceira com o Estado talvez, poderá garantir uma maior capacidade de linhas de crédito em Timor-Leste, não só para o sector privado timorense como também para os investidores portugueses", acrescentou.

O objectivo do Fundo do Petróleo, criado pelo Governo liderado por Mari Alkatiri, é assegurar que as receitas resultantes das reservas timorenses de petróleo e gás natural sejam empregues no desenvolvimento do país e na melhoria da qualidade de vida da população.

Xanana Gusmão encontra-se bastante debilitado fisicamente devido às dores nas costas. À saída da sessão, o primeiro-ministro timorense seguiu directamente para o gabinete do secretário-executivo da CPLP, onde foi tratado às "fortes dores" que tinha nas costas e coluna. Só saiu do gabinete passado meia hora, amparado por dois seguranças, e entrou directamente na viatura que o levou para o hotel onde está instalado.

Comentários

27.11.2008 - 09h18 - Final Approach, Penafiel

O artigo espelha bem aquilo que já se previa, quando resolveram tornar este infeliz país independente. Um estado não pode sobreviver de boa vontade e do politicamente correcto. Tem que alimentar as bocas miseráveis e a autoridade do estado tem que se fazer sentir, nomeadamente na justiça e na segurança. Nada existe em termos de quadros que possam assegurar a gestão do bem público. Depois da borrada das independências extemporâneas dos Palops (todos excepto Angola não são minimamente auto-sustentáveis sem ajuda externa e esta não vive em verdadeira Democracia), já era tempo de saberem que isto não ia resultar. O neocolonialismo não serve de bode expiatório para justificar a incapacidade e incompetência dos povos para se auto governarem. Timor como estado funcional não existe, nada faz que se veja pelo seu povo, é um país "ligado às máquinas". Até alguém decidir desligar, cortando os fundos generosos que lá chegam e e perdem na grande maioria. A verdade dói.

27.11.2008 - 09h13 - Jose L Valadares, Austrália

Ainda bem que o Jornalista Pedro Mendes não e tentou ainda escrever sobre os problemas do mundo. Coitado dos outros países se ele o fizesse. Olhemos para os continentes: Africa, América Latina Ásia países com mais anos de existência em piores condições envolvidos em guerras economicamente falidos e no entanto o homem só escreve negativamente sobre Timor. Ate pensei que estivesse a ler um artigo num jornal Australiano. Sabe que o indicio da criminalidade em Darwin Norte da Austrália e muito mais elevada e que em Dili? Sabe que a grande maioria dos habitantes indiginas vivem dos subsídios do governo? Não nego que existem problemas em Timor mas são problemas que para resolver precisa de tempo seja lá qual e o governo que estiver. No entanto não aceito que digam que Timor e um estado falhado. A jornada para a Independência começou a muito tempo e os Timorenses sempre provaram estar a altura de todos os desafios. A jornada para a nossa independência económica só começou a 6 anos e não tem sido só negativo como implica o jornalista do Publico. Timor esta a caminho de se tornar o paraíso que sempre sonhamos .

27.11.2008 - 08h08 - Paulo Pliveira, Porto, Portugal

o art. do PRM reflecte bem a realidade de TL. Tb eu conheço alguns timorenses q vivem em Portugal, e eles têm/dão uma imagem semelhante à descrita pelo PRM. Só não vê quem não quer. TL, tal como outros Estados que nasceram da colonização portuguesa. Por alguns comentários que li, vejo que há muitas pessoas que ainda gostariam de 'levar com areia para os olhos', como acontecia durante a ocupação indonésia. Só para terminar: por favor conheçam a história de TL. É favor ler livros, e não ficar por relatos de televisões. Fiquei admirado pela coragem do Público em publicar o texto do PRM. Diz o que é necessário ser dito, mas que poucos têm a coragem de escrever. Pela qualidade da CS, que tem vindo a cair, não esperava um artigo assim, tanto mais pelo 'bias' da CS portuguesa em relação a TL, só comparável ao benfiquismo da Bola e Record, para dar um exemplo.

27.11.2008 - 02h33 - Paulo, Timor-Leste

Sou cooperante do Estado Português em Timor-Leste, e sou da opinião que este artigo do Jornalista Rosa Mendes é deveras cruel e tendencioso. Faz lembrar certos jornalistas australianos que têm uma agenda a cumprir servindo os interesses do seu Estado e contra ao que o povo timorense realmente anseia. É claro que muita coisa não está bem neste país. Muita destas coisas são devido ao simples facto deste país ter uma idade muito jovem e os seus políticos ou funcionários quer tenham outros interesses ou não, ainda são muito inexperientes e na maior parte das vezes não sabem operacionalizar as suas ideias, eis o porquê da existência de tantos assessores. Existe um outro factor importante, uma boa parte dos assessores são impostos à força por outros estados estando somente a impor os interesses desses estados fazendo muitas vezes o boicote e o atraso dos processos e das leis. O Povo timorense no seu todo, tem ainda muito que aprender no sentido de gerir o seu destino independentemente, mas não atirem pedras à toa, mas usem-nas para construir os alicerces do edifício dum futuro digno e próspero. É isso o que tento fazer com todo o meu coração. Viva Timor-Leste.

27.11.2008 - 01h46 - Vítor Freire, Lisboa

Também como assinante do "Público", estou chocado com o texto de P R Mendes. Lamento que o meu jornal o tenha publicado, e, como português, peço desculpa ao sofrido Povo de Timor. Ao longo do texto é notória uma atitude arrogante, por vezes de sobranceria neocolonial - não respeita os dirigentes, só revela aspectos negativos alguns de carácter pessoal, porque não diz essas "verdades" relativas a Portugal?, essa dualidade de critérios (Timor, Europa) conheço-a de há muito e é tipicamente neocolonial, para não lhe chamar racista, também o povo timorense é apelidado de preguiçoso e de viver à custa de donativos. Por outro lado, o que é mais grave, faz uma análise económica e social do país notoriamente distorcida, diletante e sem competência para a efectuar - oculta dados sobre a educação, sobre a cooperação na saúde, sobre existência ou não de projectos de investimento estrangeiro, etc., sobre a ajuda portuguesa "esquece" de referir que esses cerca de 50 milhões por ano se destinaram não a ajuda económica reprodutiva mas em grande parte ao pagamento dos salários e despesas com professores e com os militares. E cinicamente dá entender que seria muito dinheiro gasto ...
FIM

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