Enquanto os Militantes da Fretilin estão a ser mobilizados para a Marcha da Paz
Maputo, Fórum Haksesuk, 8 de Outubro de 2008
O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, chegou a Maputo na passada sexta feira (03/10), enquanto, em Timor-Leste, os militantes da Fretilin estão a ser mobilizados para a Marcha da Paz, por ordem do próprio Mari Alkatiri.
Maputo, Fórum Haksesuk, 8 de Outubro de 2008
O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, chegou a Maputo na passada sexta feira (03/10), enquanto, em Timor-Leste, os militantes da Fretilin estão a ser mobilizados para a Marcha da Paz, por ordem do próprio Mari Alkatiri.
Fonte do FH apurou, na capital Moçambicana, que Mari Alkatiri vai estar em Maputo com os seus familiares que se encontram naquele país. A saída de Mari Alkatiri, numa altura em que a realização da Marcha da Paz estava prevista para este mês, chegando a estar marcada para o Domingo passado (05 /10), é tudo menos normal.
Entretanto, tudo indica que a data irá ser mudada, novamente, para o dia 12 ou 18 de Outubro.
Os discursos de MA, incitando os militantes à participação na Marcha, provocando o receio das populações, com base na experiência recente, e ainda fresca na sua memória, sobre os efeitos da crise de 2006, temendo que as suas casas voltem a ser queimadas e os seus bens a ser destruídas. Essa recente experiência traumática que provocou ondas de violência e obrigou a milhares de deslocações internas.
Porquê adiar a Marcha da Paz?
A Marcha da Paz estava inicialmente prevista para o mês de Outubro, mas foi adiada, segundo informações a que o FH teve acesso, junto dos organizadores da marcha.
Adiada porquê?
Por várias razões. Em primeiro lugar, avizinha-se a estação das chuvas, o que torna difícil mobilizar 20.000 apoiantes, como adiantou Mari Alkatiri ao DN (12/09). Em segundo lugar, as dificuldades logísticas de mobilizar um tão grande número de apoiantes (20.000 ou 50.000 mil). Enquanto a Fretilin e Mari Alkatiri, estiveram no poder, tinham capacidade para mobilizar os apoiantes em grande número. Agora, já não é assim tão fácil… Em terceiro lugar, não tem sido fácil, para os organizadores da Marcha da Paz, passar a sua mensagem e atrair as pessoas para a Marcha.
Segundo alguns observadores, o sucesso da política social do Governo da AMP, torna ainda mais difícil, para o maior partido da oposição, organizar a Marcha da Paz e trazer multidões para Díli, para aderir à marcha.
A Marcha da Paz e a 1ª visita oficial do PM XG a Portugal
A Marcha da Paz, coincidia no tempo com a 1ª visita oficial do PM Xanana Gusmão a Portugal, uma vez que esta visita estava, inicialmente, prevista para o dia 27/28 do corrente mês.
No entanto, devido a compromissos inadiáveis, de agenda, do Presidente da República Portuguesa e do PM de Portugal, que estarão ausentes do país nessa data, a visita do PM XG teve de ser adiada, como noticiou o FH: “A visita inicialmente agendada para os dias 27 e 28 de Outubro próximo, teve que ser adiada devido as ausências do Presidente da República Portuguesa, Prof. Aníbal Cavaco Silva e do PM de Portugal, Eng. José Sócrates, que irão participar na XVIII Cimeira Ibero-Americana, a realizar-se em Brasília (FH, 25/09)”.
A visita do PM XG vai, assim, realizar-se na 2ª quinzena de Novembro e, por coincidência, a Marcha da Paz foi também adiada, não tendo ainda um calendário certo.
Em declaração à Agência Lusa (07/10), o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, admitiu que “A Marcha da Paz, que estava prevista para Outubro, acontecerá talvez apenas em Janeiro”.
De acordo com a experiência anterior, quando Mari Alkatiri era PM, aproveitou a ausência do então Presidente da República, Xanana Gusmão, para tomar as decisões difíceis de apoiar a resolução do Comando das Forças Armadas (F-FDTL) de exonerar um terço (1/3) dos elementos das FA.
Assim, pode bem acontecer que a marcha só venha a realizar-se quando o PM Xanana Gusmão estiver ausente do país…
Insucesso da Marcha da Paz e a demissão de MA
O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, ameaçou demitir-se caso a Marcha da Paz não venha a atingir os seus objectivos. Em declarações recentes à imprensa, admitiu que, “se os militantes não aderirem e a marcha se transformar em violência, admito resignar ao cargo de secretário-geral da Fretilin (in DN, 12/09)”.
Mari Alkatiri, colocou, pois, a fasquia bastante alta. A mobilização pode atingir 20.000 a 50.000 apoiantes da marcha da paz e tornar-se numa oportunidade para a Fretilin “Show Force”, obrigando o Presidente da República a convocar eleições antecipadas para 2009.
Se a Marcha da Paz se transformar em marcha da Violência, significa que o objectivo da marcha não foi atingido. Cabe a Mari Alkatiri, honrar as suas palavras e resignar-se ao cargo secretário-geral da Fretilin.
FH Maputo
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