Estão em lição 14 listas, sendo estas as primeiras eleições desde 1992
Por* Jorge Heitor
A partir de hoje, o povo de Angola vai assistir a 1h10 minutos diários de tempo de antena na televisão e a 2h10 na rádio nacional, para que no dia 5 de Setembro possa votar em consciência nas suas primeiras eleições desde há 16 anos, devendo escolher de entre 10 partidos e quatro coligações, num total de 14 listas, a apresentar em 13.000 assembleias de voto, dispersas por um território de 1.240.000 km2, com 17 milhões de habitantes.
A partir de hoje, o povo de Angola vai assistir a 1h10 minutos diários de tempo de antena na televisão e a 2h10 na rádio nacional, para que no dia 5 de Setembro possa votar em consciência nas suas primeiras eleições desde há 16 anos, devendo escolher de entre 10 partidos e quatro coligações, num total de 14 listas, a apresentar em 13.000 assembleias de voto, dispersas por um território de 1.240.000 km2, com 17 milhões de habitantes.
Trata-se das primeiras legislativas desde o fim de uma guerra civil de quase três décadas, basicamente entre o MPLA e a UNITA; mas na mais setentrional das províncias, a de Cabinda, ainda há uma luta de baixo intensidade, com a respectiva frente independentista, a FLEC, a acusar as autoridades de estarem a recorrer a residentes nos dois Congos, territórios vizinhos, para que entrem agora no enclave e aí votem como de naturais se tratasse.
O objectivo é renovar a Assembleia Nacional, que actualmente tem 129 deputados do MPLA, 70 da UNITA, seis do Partido da Renovação Social (PRS), cinco da histórica FNLA, criada em 1954 com o nome de União das Populações do Norte de Angola, três do Partido Liberal Democrático (PLD) e um cada de outras seis formações. E preparar também politicamente o terreno para que num dos próximos anos se possam efectuar presidenciais, depois de as de 1992 nem sequer terem conseguido chegar à segunda volta, que deveria ser disputada pelo Chefe de Estado ainda hoje em funções, José Eduardo dos Santos, e pelo então líder da UNITA, Jonas Savimbi, que viria a ser morto em 22 de Fevereiro de 2002. Possíveis presidenciais em 2009 Os primeiros grupos a figurar este ano nos boletins de voto são o PRS, o PLD, a Frente para a Democracia (FpD) e o Partido Democrático para o Progresso/Aliança Nacional Angolana (PDP/ANA), só aparecendo mais para baixo os partidos mais antigos, os três que lutaram pela independência do conjunto do território nacional: FNLA, MPLA e UNITA. Quanto ao primeiro tempo de antena televisivo, às 19h15 de hoje (hora local idêntica à de Lisboa), vai pertencer ao Partido Democrático para o Progresso de Angola (Padepa), seguindo-se a UNITA e a Coligação Fórum Fraternal Angolano (Fofac).
Calcula-se que o resultado destas legislativas venha a servir de teste quanto ao grau de aceitação que terá nesta altura José Eduardo dos Santos, engenheiro de petróleos que em 1979 sucedeu ao primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto, falecido em Moscovo, aonde se deslocara para ser operado a um cancro. E em função dele é que as presidenciais serão ou não marcadas para 2009, conforme em princípio está prometido.
O MPLA foi o partido que em 11 de Novembro de 1975 proclamou unilateralmente a independência, depois de Portugal haver suspenso a aplicação do acordo assinado no Alvor com as três grandes formações angolanas, para que viessem a partilhar o poder, ao concretizar-se a descolonização!
* Jornalista do Público, em exclusivo Público e Forum Haksesuk
* Jornalista do Público, em exclusivo Público e Forum Haksesuk
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