Foto Gabinete do Primeiru Ministro |
Díli, 22 mai (Lusa) - A história da RENETIL, principal organização estudantil da resistência timorense, e o seu papel de informar os indonésios sobre o que acontecia em Timor-Leste durante a ocupação, são contadas num livro apresentado hoje em Díli.
Mais de 600 páginas de informação recolhida nos últimos anos por Carlos da Silva Lopes, Saky, no livro "Antes sem título do que sem pátria" sobre o papel na luta de libertação de Timor-Leste da organização juvenil da resistência timorense, a RENETIL (Resistência Nacional dos Estudantes de Timor-Leste).
Intervindo na apresentação do livro, Rui Maria de Araújo, atual primeiro-ministro e ex-membro da RENETIL felicitou o intenso trabalho de recolha para a obra, lançando um desafio a "testemunhas da história para que ajudem a registar e preservar as memórias das trincheiras, da batalha, do combate importante de libertação de Timor-Leste".
"Quanto mais tempo passa menos fiabilidade de memória há. Por isso esta iniciativa é um ato importante para o registo da nossa memória", disse, recordando os valores de "brio e patriotismo" que sempre fundamentaram a RENETIL.
Deometrio do Amaral de Carvalho (Sakuna), atual secretário-geral da RENETIL, quis reconhecer o trabalho do autor que mostrou "empenho, persistência e dedicação" na recolha de dados para o livro, de mais de 600 páginas e que inclui praticamente toda a informação disponível sobre a organização.
Sobre o conteúdo em si, Sakuna recordou que "na história não há consensos" e que os "vários momentos têm sempre várias interpretações" e que "as gerações mudam mas as memórias ficam".
Antoninho Baptista Alves (Hama),diretor do Arquivo e Museu da Resistência Timorense aproveitou o lançamento para fazer um apelo a todos para que colaborem com o museu, disponibilizando documentos ou outros elementos para ajudar a "preservar a memória" de Timor-Leste e facilitar o trabalho de investigadores e historiadores.
A Renetil foi criada oficialmente a 20 de junho de 1988 por um grupo de estudantes timorenses que se encontravam na altura em Denpasar, na ilha de Bali, entre os quais Fernando La Sama de Araújo, atual ministro Coordenador dos Assuntos Sociais e o autor da obra Freezip ka Saky (Carlos da Silva Lopes).
Fizeram ainda parte do grupo de fundadores Lahe-Mau ka Rama Metan (Lucas da Costa), Si'ak (Jose A.M.X. Gonçalves), Mau-Laco (Agapito Cardoso), Sury Sakar Subar (Marciano Octavio Garcia da Silva), Mau-Terus (João de Araújo), Mau-Riba (Cardoso Fernandes), Mau-Lamas (Adolfo Fontes) e Tae Tudak (Julio Abel Ribeiro).
A organização tornou-se, nos anos seguintes, uma voz constante da geração mais jovem da luta timorense, estabelecendo laços com organizações congéneres na Indonésia que até se sentiram 'inspiradas' pelo movimento timorense.
Esta estratégia de "indonesianização" do conflito, ajudando a dar a conhecer na Indonésia o que estava a ocorrer em Timor-Leste, foi central no trabalho da RENETIL que ajudou, igualmente, a canalizar informação regular sobre o território para a frente diplomática externa.
O livro detalha os antecedentes da organização, o seu papel na resistência, momentos históricos como a manifestação de 12 de novembro, as perseguições e detenções de membros da organização e outras datas da história timorense do período da ocupação indonésia.
ASP // FV.
Lusa/Fim
Mais de 600 páginas de informação recolhida nos últimos anos por Carlos da Silva Lopes, Saky, no livro "Antes sem título do que sem pátria" sobre o papel na luta de libertação de Timor-Leste da organização juvenil da resistência timorense, a RENETIL (Resistência Nacional dos Estudantes de Timor-Leste).
Intervindo na apresentação do livro, Rui Maria de Araújo, atual primeiro-ministro e ex-membro da RENETIL felicitou o intenso trabalho de recolha para a obra, lançando um desafio a "testemunhas da história para que ajudem a registar e preservar as memórias das trincheiras, da batalha, do combate importante de libertação de Timor-Leste".
"Quanto mais tempo passa menos fiabilidade de memória há. Por isso esta iniciativa é um ato importante para o registo da nossa memória", disse, recordando os valores de "brio e patriotismo" que sempre fundamentaram a RENETIL.
Deometrio do Amaral de Carvalho (Sakuna), atual secretário-geral da RENETIL, quis reconhecer o trabalho do autor que mostrou "empenho, persistência e dedicação" na recolha de dados para o livro, de mais de 600 páginas e que inclui praticamente toda a informação disponível sobre a organização.
Sobre o conteúdo em si, Sakuna recordou que "na história não há consensos" e que os "vários momentos têm sempre várias interpretações" e que "as gerações mudam mas as memórias ficam".
Antoninho Baptista Alves (Hama),diretor do Arquivo e Museu da Resistência Timorense aproveitou o lançamento para fazer um apelo a todos para que colaborem com o museu, disponibilizando documentos ou outros elementos para ajudar a "preservar a memória" de Timor-Leste e facilitar o trabalho de investigadores e historiadores.
A Renetil foi criada oficialmente a 20 de junho de 1988 por um grupo de estudantes timorenses que se encontravam na altura em Denpasar, na ilha de Bali, entre os quais Fernando La Sama de Araújo, atual ministro Coordenador dos Assuntos Sociais e o autor da obra Freezip ka Saky (Carlos da Silva Lopes).
Fizeram ainda parte do grupo de fundadores Lahe-Mau ka Rama Metan (Lucas da Costa), Si'ak (Jose A.M.X. Gonçalves), Mau-Laco (Agapito Cardoso), Sury Sakar Subar (Marciano Octavio Garcia da Silva), Mau-Terus (João de Araújo), Mau-Riba (Cardoso Fernandes), Mau-Lamas (Adolfo Fontes) e Tae Tudak (Julio Abel Ribeiro).
A organização tornou-se, nos anos seguintes, uma voz constante da geração mais jovem da luta timorense, estabelecendo laços com organizações congéneres na Indonésia que até se sentiram 'inspiradas' pelo movimento timorense.
Esta estratégia de "indonesianização" do conflito, ajudando a dar a conhecer na Indonésia o que estava a ocorrer em Timor-Leste, foi central no trabalho da RENETIL que ajudou, igualmente, a canalizar informação regular sobre o território para a frente diplomática externa.
O livro detalha os antecedentes da organização, o seu papel na resistência, momentos históricos como a manifestação de 12 de novembro, as perseguições e detenções de membros da organização e outras datas da história timorense do período da ocupação indonésia.
ASP // FV.
Lusa/Fim
Nota: [do autor Carlos Slfr Saky] "O primeiro-ministro, Rui Maria de Araujo, é membro militante da Renetil, não é ex-membro como referido na noticia."
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