TIMOR-LESTE ENTRE DESENVOLVIMENTO E PERIGOS
(Por Jose Cancio da Costa Gomes)
(Por Jose Cancio da Costa Gomes)
Depois de ter estado em
Timor-Leste durante duas semanitas eu queria deixar as minhas impressões sobre
o estado actual do nosso País. Comparando com Timor Leste a três anos que eu tinha
visitado hoje tornei-me ver uma evolução enorme. Neste curto artigo eu tenciono
descrever a minha apreciação do desenvolvimento em Timor-Leste e destacar
também os perigos existentes. Realmente Timor Leste está muito evoluído dentro
de três anos. O estado actual de Timor-Leste impressionou-me um bocado e evocou
a minha curiosidade em muitas coisas. É uma sensação de orgulho ao ver uma nova
face da cidade Dili na minha primeira impressão quando pisei o solo da nossa
querida Pátria após três anos de ausência. Mesmo que assim há bastante buracos
negros, tornando-se cada vez mais numa cratera financeira, onde o dinheiro do
povo se fuga para fora do País.
Faço um balanço positivo
ao longo desses três anos porque realmente há grandes mudanças em
Timor Leste começando de capital do País. O desenvolvimento físico está avançar
muito. As infra-estruturas actuais impressionam-me enorme. As redes de energia
eléctrica estendem-se em todo o território timorense iluminando os habitantes
em montanhas e vales distantes nas noites escuras. Os buracos ao longo de
estrada que liga Dili a Baucau já foram tapados mesmo que não sejam lisos. A
cidade Dili está muito evoluída e crescendo. Tem surgido uma nova fase de
desenvolvimento em cidade Dili. Os prédios ergueram-se, as estradas têm sido
alargadas, pelo menos a avenida Nicolau Lobato com a majestosa estátua desse
grande herói erguida recentemente no centro da rotunda que dá acesso ao
Aeroporto e Taci-tolu. Uma das pontes gémeas de Comoro está em obra. Espero que
ambas as pontes sejam frutos das obras de qualidade, não as julgo porque ainda
é muito cedo e o tempo era muito breve para mim em Timor-Leste. É um País que
está adornar-se no meio de desafios. Admito que é um grande esforço que o
Governo tem feito.
Fiquei admirado com a
figura do grande herói carismático da libertação nacional que se tornou
Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão. Houve várias vezes que se
encontrava nos dias e noites supervisionava os trabalhos na ponte de Comoro que
estava em obra e na rotunda de aeroporto erguendo a majestosa estátua do falecido
herói nacional Nicolau Lobato. Curiosamente eu procurava saber porque é que o
senhor Primeiro-Ministro estava lá como se fosse um supervisor das obras. O seu
gesto simples e humilde deu-me a mensagem da sua pessoa como um grande homem da
nação apesar de ser uma pessoa que tenha a sua fraqueza como as outras. Sei que
houve e há um grande investimento de fundos e esforços por parte do Governo e
do Maun Boot Xanana Gusmão. Todos estão de parabéns.
Mesmo que assim o
desenvolvimento também tem os seus perigos como noutros países. Timor-Leste
está enfrentar um grande perigo de desequilíbrio social na sociedade timorense.
É um grande perigo porque não há sinal de redução. Este desequilíbrio social
está cada vez maior do que a três anos que eu tinha observado quando estivera de
férias em Timor-Leste. A sociedade também inclina-se muito para o espírito de consumerismo
e hedonismo. Surgiu outro perigo latente por falta de sinceridade e honestidade
em termos políticos e sustentabilidade económico-financeira. A opção das
pessoas inclina-se para o gosto de ter e possuir sem calcularem se as suas
condições económico-financeiras fossem sustentáveis para o futuro. Na minha
opinião Dili está inclinar-se muito a categoria das cidades mais caras no
mundo, e a única cidade mais cara no sudeste asiático. Os habitantes de Dili
vivem em dois mundos diferentes e desequilibrados. Por um lado, Dili ocidental
tem um estilo de vida europeu com Timor Plazza e Leader supermercado como
referências. Por outro lado, Dili Oriental tem um estilo de vida asiático com
as lojas de “obralan” em Colmera como referências. Automaticamente o
desequilíbrio social está desenvolver muito.
O outro perigo comum em
todo o mundo é a corrupção. Basta olhando para os carros e estilo de vida
extravagante já podemos ter indícios da sua existência. Não estou a julgar
ninguém mas o estilo de vida evoca a minha curiosidade sobre a origem de tantas
fortunas daqueles indivíduos. Precisamente este estilo de vida luxuoso e
extravagante revela também nepotismo e conluio. Basta saber avaliar as suas
fortunas adquiridas dentro do período de pouco tempo (1 ou 2 ou 5 anos) com os
seus vencimentos mensais. O gesto simples e humilde do nosso Primeiro-Ministro
Xanana Gusmão na supervisão direita das obras revela-nos algo embrulhado no
Governo. Parece-me também o buraco financeiro está alargar-se
descontroladamente.
Eu reconheço que a
economia do nosso país está crescer muito, graças ao fundo petrolífero, mas o
desequilíbrio social permanece a maior preocupação de todos nós. Nós temos os
nossos empresários nacionais, é um orgulho de todos, mas é preciso de se
capacitarem para aumentar as suas qualidades. Eles devem apreender a serem
grandes patriotistas e nacionalistas em investir mais no País do que no
estrangeiro. O mercado livre é outro perigo porque tenciona levar dinheiro para
fora e um dia vai deixar nada em Timor-Leste. Os empresários timorenses devem
manifestar as suas qualidades de investimento e protagonismo no desenvolvimento
nacional.
Outro assunto que eu
queria destacar também é a segurança rodoviária. A cidade Dili está muito
movimentada. Estranhei-me com os comportamentos dos motoristas nas vias
públicas. Na minha condução em em Dili houve uma vez eu parei para chamar
atenção a fulano que estava conduzir ultrapassando outros carros onde há linha
contínua sobre a ponte de Comoro. Há muitos motoristas que violavam
frequentemente as regras rodoviárias bem sinalizadas nas pistas, em placas, e
nos semáforos. É preciso pôr em ordem os motoristas e passageiros a respeitarem
os sinais de trânsito, os direitos de peões em “Zebra Crossing”. Temos que manifestar
uma cultura de alta qualidade em usos de vias públicas. Reconheço que esse
fenómeno precisa tempo para mudar mas devemos começar já agora porque faz parte
do processo de desenvolvimento. É verdade que os indonésios deixaram uma
herança dessa em Timor-Leste. Mas nós temos que libertarmo-nos dos hábitos de
desrespeitar as regras sinalizadas. Portanto, esse esforço é outra luta pela
nossa libertação.
Faço este balanço com
recomendação a todos para que estejam atentos aos perigos que estão enraizar-se
no nosso País. Outras queixas da sociedade civil sobre as leis de imprensa e de
pensão vitalícia deveriam ser consideradas adequadamente. Porque se a lei da
imprensa prejudicar a liberdade de expressão dos cidadãos seria um maior obstáculo
a transparência no desenvolvimento nacional e dificilmente combatermos corrupção,
nepotismo e conluio. A lei sobre pensão vitalícia é outro obstáculo ao
desenvolvimento por falta de sentido de solidariedade porque ainda há muitos
desempregados. Isso não quer dizer nós ignoramos os nossos eis-titulares mas
pelo menos reduzir os seus salários a metade. Não estou a julgar ninguém, nem
os ministros nem os directores das instituições públicas. É simplesmente uma
opinião pessoal com base da minha experiencia de duas semanas de férias em
nossa pátria amada Timor Leste.
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