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A REVOLTA DE QUELICAI (continuação)

A revolta de Quelicai terminou n dia 26 de Julho de 1912. Os “rebeldes” que estavam entrincheirados nas cavernas eram apertados pela sede, pela fome. Estando cercados pelas forças governamentais, foram obrigados a sair dos seus esconderijos e a apresentarem-se às forças do governo.

Uma das situações mais difíceis por que passaram os “revoltosos” era a falta de água. Das suas cavernas tinham de ir à fonte buscar água. Aconteceu que as nascentes estavam nas zonas dos atacantes, alguns mataram os búfalos para lhes beberem o sangue matando assim a sede. Com a ocupação de Ira-Osso, os rebeldes repeliam os atacantes defendendo-se nas rochas com tiros, pedradas e “azagaiadas”. Depois metiam-se nas cavernas através de escadas de bambus. Em Ira-Osso, os soldados portugueses muitos animais abatidos pelos rebeldes. Os rapazes que saíam dos buracos para irem buscar água eram presos. Todos eles estavam magros e com aparência de privações. Não resistindo mais aos cercos, os rebeldes tiveram de apresentar a rendição e apresentar-se. Finalmente com a escalada e o consequente cerco da montanha de Ossuqueli, nos dias 18 e 23 de Julho, renderam-se 182 homens, mulheres e crianças. Entre os que saíram das cavernas contava-se o chefe João de Bou-Osso.

Quando os presos foram interrogados eles declaram que os cabecilhas da revolta eram os chefes de Bolehá, Lawateri, Larigua e Quelicai. Mas o principal instigador da revolta era Loi-Lari, o major da segunda linha e dois datos de Bolehá. Seguiram-se na ordem de responsabilidade, Reci-Ma, tenente-coronel da 2ª linha e chefe de Bolehá, dois chefes de Lawateri e dois chefes de Larigua.

Declararam também que o motivo da revolta era o aumento do imposto que os habitantes não podiam pagar. Por isso, eles queriam marchar sobre Baucau para saquearem e destruírem a sede do comando e as lojas dos chineses a fim de arranjarem o dinheiro para o imposto.

Na operação de Quelicai as forças do governo tiveram um morto e 15 feridos, e entre os rebeldes contaram-se 21 mortos e 15 prisioneiros. Nessa campanha o governo mobilizou 342 timorenses e 12 marinheiros.
A revolta de Quelicai deixou muitas aldeias incendiadas e a perda do gado e das culturas.

Porto, 18 de Janeiro de 2012.
Dom Carlos Filipe Ximenes Belo

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