VISAO MISAO OBJECTIVO HAKSESUK BOLA FH KKN HOME FH LPV ARTIGOS FH MUZIKA LIA MENON FH RESPONDE

20080526

Ramos-Horta deixou bem claro que o seu país não pretende de forma alguma parecer-se com Myanmar

O simpático Timor-Leste e a tenebrosa junta militar birmanesa

Jorge Heitor*

José Ramos-Horta, Presidente da República de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz, declarou à Associação de Correspondentes Estrangeiros, em Singapura, na sua primeira deslocação ao estrangeiro desde que retomou funções, que o seu país espera entrar em 2012 na Associação de Nações do Sueste Asiático (ASEAN), mas que não quer de forma alguma ser uma sobrecarga para a região, um embaraço semelhante ao de Myanmar, a velha Birmânia.

Ramos-Horta afirmou que o seu território está a melhorar a economia e até mesmo as instituições, de forma a ficar pronto para ser um membro de pleno direito da ASEAN.

Nenhum dos países do Sueste Asiático se opõe a que Timor-Leste entre para a família e o maior de todos, a Indonésia, destacou até um diplomata para ajudar a antiga colónia portuguesa nos preparativos da adesão. Gesto bonito por parte de quem chegou a querer ser mestre e senhor dos timorenses, que não se vergaram ao jugo de Jacarta.

Sem se deixar intimidar pelo facto de estar à frente do país que é ainda o menos desenvolvido de toda a região, José Ramos-Horta ousou pedir ao Tribunal Penal Internacional, que funciona na Haia, Holanda, para julgar os componentes da junta militar birmanesa por crimes contra a humanidade; eles que negoceiam em ópio e que não respeitam o resultado de actos eleitorais, como o de 1990.

“Se eu fosse o procurador-geral do TPI, encontraria provas substanciais para começar a incriminá-los pelo que tem estado a acontecer nestes últimos 20 anos”, disse o Presidente timorense em Singapura, referindo-se à clique de generais de que o povo birmanês se encontra refém.

No entanto, ele opõe-se a que sejam impostas sanções aos países pobres, pois teme que quem mais sofra sejam as populações e não os tiranos que as dirigem, como os indivíduos que ao longo de três longas semanas atrasaram o mais que puderam a entrada de agências internacionais que fossem ajudar as vítimas do grande ciclone do princípio de Maio.

Timor-Leste pode ser um pequeno país, com apenas um milhão de habitantes, ou pouco mais do que isso, mas os seus dirigentes gozam de grande simpatia internacional, como acontece com o tão mediático Ramos-Horta e também já aconteceu com o hoje primeiro-ministro Xanana Gusmão e com o primeiro bispo de Díli, D. Carlos Filipe Ximenes Belo. Simpatia que ninguém tem em relação aos títeres birmaneses, esses militares corruptos que desgovernam a seu belo prazer o maior dos estados do Sueste Asiático.

Só nos resta desejar que o tribunal dos homens ou o tribunal divino acabem um dia por julgar os ditadores que há quase meio século se perpetuam na Birmânia.

*jornalista do PÚBLICO!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.