Com o regresso do Presidente da República José Ramos Horta a Timor Leste, dia 17 passado, e o plano da rendição do último grupo de rebeldes, liderado por Gastão Salsinha, previsto para o próximo mês (após ter chegado o Presidente da República, Ramos Horta), tenho a certeza de que a paz e o desenvolvimento regressarão a Timor Leste.
Na minha qualidade de cidadão timorense que vive fora de Timor, tenho apenas um sonho: que haja verdadeira paz e desenvolvimento em Timor. Isto porque, depois de tantos anos de luta, muitos sofreram e morreram. Basta lembrar o sofrimento do povo de Timor, durante o tempo da ocupação indonésia. Hoje em dia, o povo merece viver em normalidade, tranquilidade, com uma boa governação.
É importante manter vigilância na área da defesa e segurança nacional. Depois de ter analisado muitos documentos, relatos e informações que circulam na Internet, após o atentado na segunda-feira negra de 11.02.08, contra o Presidente da República e o Primeiro Ministro, Ramos Horta e Xanana Gusmão, percebi que a questão da maturidade política dos líderes políticos timorenses merece a atenção de todos os timorense e deve ser criticada por todos nós. Também percebi que o povo de Timor foi destruído e manipulado durante muitos anos. Hoje em dia, é fácil manipular o povo. Basta fazer-lhes uma boa promessa e, é claro, o povinho fica convencido! Tenho muita pena que assim seja.
Os dois líderes, Ramos Horta e Xanana Gusmão, já assumiram as suas culpas. Eles fazem parte desta responsabilidade. Eles brincaram demasiado com a situação. E nós? Todos nós fazemos parte desta responsabilidade? Acho que sim. Cada um tem a sua quota de responsabilidade.
É bom lembrar que eu coloquei, muitas vezes, a questão da responsabilidade da geração velha (a geração que começou o projecto da guerra) perante a geração nova e geração actual.
E agora, quem é que vai assumir a responsabilidade daqui para frente? É claro que nós. Os filhos do crocodilo. Nesta fase tão difícil que se vive, neste momento, Timor Leste precisa de um governo de UNIDADE NACIONAL. Foi esta frase que eu ouvi, quanto andava na clandestinidade. Foi esta frase que ouvi nas promessas dos líderes políticos, tanto da Fretilin, como da UDT, dos líderes religiosos, juventude, entre outros. Foi esta promessa que o povinho fez, quando marchava, em silêncio, em busca da liberdade, verdade, reconciliação e paz.
Eu já escrevi uma frase num dos meus livros: “meu pai morreu nas mãos dos seus maun-alin, camaradas, revolucionários. Meu pai morreu não por querer dele mas por querer dos outros. E eu só quero paz”.
O Presidente da República, José Ramos Horta e o Primeiro Ministro, Xanana Gusmão são figuras chave em busca da paz e desenvolvimento em Timor Leste. São líderes políticos que colocam o interesse nacional acima do interesse pessoal, de grupo, ou partidário.
A paz e o desenvolvimento regressarão a Timor Leste. Tenho a certeza. Caso isso não aconteça, vamos lutar por esses valores.
Seja bem-vindo, novamente, a Timor Leste, lutador pela paz, José Ramos Horta! O povo está contigo.
*Celso Oliveira, poeta timorense, a viver em Londres.
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