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20071030

RETIRO DE TRÊS DIAS PARA DIZER AMP ILEGAL, PRECISA HOLARUA II?


O Comité Central da Fretilin (CCF) foi a um retiro de três dias em Holarua I (trata-se do primeiro acto porque haverá Holarua II) no Distrito de Same (para além disso foi também a transladação do saudoso Marito Reis SAHE). Mas o que se entende por “um retiro”? É um retirar-se das rotinas à procura de um ambiente de repouso espiritual e intelectual. Parar um momento e repensar o passado, corrigir os erros e procurar novas ideias e inspiração. No entanto nada disto aconteceu nos três dias de retiro, como se constata pelo facto de Mari Alkatiri ter declarado à Diário Digital (29.10.2007) que: o futuro governo da Fretilin não assume qualquer compromisso com o actual executivo, porque o governo de Xanana Gusmão é “inconstitucional”; que foi Xanana Gusmão que fez conspirações e que; se espera um momento oportuno para divulgação dos envolvimentos de Xanana e outros na crise de 2006. Este discurso demonstra claramente que Marí Alkatiri não esteve no retiro de três dias em Holarua porque este discurso não mostra inspiração nenhuma. É apenas uma repetição daquilo que foi dito ao longo dos três meses de oposição.
No passado 20 de Outubro numa entrevista ao Semanário, o secretário-geral da Fretilin disse que foram os militantes da Fretilin que acalmaram os distúrbios e ânimos nos distritos de Leste. Pode ser verdade, porque quem deu instruções para provocar distúrbios e incendiar casas tem também a capacidade para acalmar os instruídos mas a verdade é que não foi assim. Estiveram lá também as F-FDTL e ISF com o objectivo acalmar a situação naquelas zonas remotas e ao mesmo tempo, capturar alguns comandantes e membros suspeitos da PNTL acusados de crimes e que, teriam sido envolvidos nos conflitos recentes por executarem ordens ilegais contrárias às do comando central ao serviço da nação. Assim, as afirmações do secretário-geral da Fretilin não continham quaisquer informações credíveis.
Tirando as discussões no parlamento sobre o projecto e o orçamento transitório do executivo, a maior parte do tempo foi aproveitada para trazer à discussão no Parlamento outras coisas desnecessárias, como os documentos encontrados na Internet assinados pelos ex-presidente e ex-comandante da PNTL sobre guias de marcha e as escutas telefónicas (Fórum Haksesuk). Mas esqueceram-se que o ex-chefe de estado assumiu também as pastas dos ministérios da Defesa e do Interior desde 2006 para cá. Aí fica a lógica de Xanana manter ligações directas com os comandos das F-FDTL e PNTL e, ao mesmo tempo, manter contactos com os grupos armados pela Fretilin como o caso de Railos, Lima-Lima (segurança secreta da Fretilin). Até o Major Alfredo Reinado Alves e os peticionários repetiram várias vezes que já não acreditavam em mais ninguém a não ser no comandante supremo das F-FDTL e chefe de estado na altura que era KAY RALA XANANA GUSMÃO. Numa altura em que Marí Alkatiri tinha receio de ser capturado nas ruas de Dili e deixou de ir ao encontro dos manifestantes.
Desde há três meses, a Aliança Maioria Parlamentar assume os poderes da legislatura e da governação. A partir da mesma altura, passamos a ouvir quase mil e uma vez palavras de “governo inconstitucional”, “governo ilegítimo” ou “governo de facto” por parte da Fretilin que detém maior oposição no Parlamento Nacional Timorense. Depois de tanto barulho (para nada) passamos a ver algumas visitas surpresas feitas pelo actual secretário-geral da Fretilin a Jacarta (Setembro de 2007) a “pedir apoio” para ultrapassar as divergências internas em Timor. Trata-se de uma viragem radical porque durante os cinco anos de governação, a politica externa da Fretilin estava mais virada para as nações culturalmente comunistas como Angola, Moçambique, China e a Cuba mas nunca vi criada uma boa relação entre a Fretilin e os partidos políticos da Indonésia. Depois da crise de 2006, e depois dos resultados desastrosos das eleições presidenciais e legislativas nas quais os planos A e B traçados para ganhar as eleições foram todos descobertos e até aproveitados pelos outros partidos. A Fretilin viu-se obrigada a abrir uma nova página na cena política timorense, aproximar a Indonésia através das personalidades importantes como AMIEN RAIS do partido PAN e Abdulrahman Wahid (4º ex-presidente da Republica) para se queixar das suas derrotas e pedir ajudas necessárias para poder derrotar a AMP dentro de um ou dois anos. Era impensável pedir os apoios de partidos de outro país para derrotar os adversários internos mas, às vezes, os amigos de última hora podem fazer surgir actos milagrosos.
As concepções de “inconstitucionalidade”, “ilegitimidade” ou “governo de facto” foram palavras de ordem da Fretilin nos últimos três meses de oposição. Como se fossem vítimas da decisão do presidente da República Dr. José Ramos Horta mas ninguém teve coragem de o apresentar formalmente a Tribunal, porquê?
As mais altas personalidade da análise politica internacional já fizeram a sua contribuição sobre esta questão mas há pormenores que quase ninguém tocou. Primeiro, a questão da ilegalidade no palco político timorense nasceu na altura de ex-presidente da República e actual Primeiro-ministro Xanana Gusmão ter declarado que a nova Direcção saída do II Congresso da Fretilin é ilegítima porque optou pelo método de “votação por braço no ar” violando assim as leis que regulam os partidos políticos e o voto secreto inscrito na Constituição da Republica. A mesma direcção que está agora na oposição da nova legislatura. O chamado governo inconstitucional é apenas uma forma de entretenimento dos líderes da Fretilin para preencher o lazer porque se sentem ofendidos com as críticas do ex-presidente da República e só querem devolver a palavra inconstitucional ou ilegítimo ao próprio Xanana mas como é o Primeiro Ministro, então, a AMP, o colectivo sofre também desta acusação pessoal da Fretilin. É ridículo misturar interesse pessoal e partidário com os interesses nacionais. Mesmo assim, isto não quer dizer que a AMP é ilegal ou inconstitucional como a Fretilin pensa que é. Se fosse verdade teria apresentado queixas no Tribunal porque já o fez contra a Fretilin Mudança e ganhou. Porque razão agora não o faz? A verdade é que acusam o executivo como governo inconstitucional mas estão no Parlamento Nacional a fazer oposição â Aliança Maioria Parlamentar. Isto basta para dizer que a Fretilin aceita legalmente os partidos aliados no poder porque se não houvesse Aliança Maioria Parlamentar, nunca teria havido um governo AMP. Porque razão é então o executivo ilegal e o Parlamento é constitucional? É preciso organizar retiro Holarua II para a verdadeira e necessária mudança no seio do “partido histórico”.
Coimbra, 30 Outubro de 2007
Félix de Jesus
Cidadão timorense em Coimbra

2 comentários:

  1. "Para além disso foi também a transladação do saudoso Marito Reis SAHE."

    Maluk sei lahatene istoria Fretilin karik? Se mak Marito Reis SAHE??

    Marito Reis mak agora Sec. de Estadu ba asuntus veteranus. Ida saudoso ne laos Marito Reis. Maibe Marito nia alin, Vicente Manuel Reis Bieki Sahe. Diak liu buka research uluk lai istoria Fretilin nian ho Timor-Leste nian.

    Tuir fali mai, retiru ne lori loron rua laos loron 3. Diak liu fila mai Timor pasiar ituan para hare situasaun ho matan.

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  2. Basta de Comentários !!!

    A AMP só espera o seu momento para ser derrubado . A Fretilin foi derrubado inconstitucionalmente , porque a oposição interrompeu a meio do caminho , enquanto ainda não chegou o fim do seu mandato . Com esse bom exemplo dado pela oposição , a Fretilin também quer seguir para ver quem será o melhor derrubador .

    Estou triste com o irmão Félix de Jesus que não percebe a história da nossa luta armada , que não conhece os nossos heróis que tombaram por uma causa justa !!!

    Talvez por causa disso é que o irmão Félix fala coisas sem pés nem cabeça . Coitadinho .

    Abraço

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